Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

sábado, 17 de dezembro de 2011

Tolerância, justiça, democracia

EXISTE! – Gostei imenso de uma pequena carta no “leitores correio” de 31/10. Breve mas sugestiva, aplica-se, quotidianamente, ao que não existe. “Será que Deus existe?”, é o título da carta e descreve uma conferência para universitários, no início do séc. XX, na Alemanha, na qual um professor universitário lança um primeiro desafio aos alunos: “Será que Deus criou tudo o que existe?”. Um dos alunos termina com uma última pergunta ao professor: “O mal existe, professor?”. Claro que este respondeu afirmativamente. Réplica final: “Não, o mal não existe – é simplesmente a ausência do bem … O mal não foi criado por Deus. O mal é a ausência de Deus no coração do ser humano …”. Todos os colegas se levantaram e aplaudiram. Era Albert Einstein, aquele a quem agora querem retirar valor e mérito por causa da velocidade da luz! Mas, a esses, pergunto: será que vêem a luz, ou apenas a sua ausência, a escuridão? … que me perdoe a autora do texto que adaptou pelo atrevimento em repeti-lo. Mas há que o fazer todos os dias.


POLÍTICA – Tolerância e diálogo foi o que tive em muitos lado a lado com republicanos. Têm todo o direito – como eu – de expressar as suas opiniões, desde que não ofensivas. Por isso, não querem perder o “seu” feriado, o 5/10/1910. Mas não foi “graças à República” que somos cidadãos e não súbditos e não foi (não é) este regime que marca a nossa democracia. Se a democracia, antes de 1910, não foi mais longe, isso deveu-se, principalmente, às formas violentas de certas oposições à Monarquia e ao desrespeito que eu não tenho pelos valores republicanos. Aliás, e depois de uma I confusa, de uma II, em ditadura, apenas considero que esta III deu passos positivos no sentido que quase todos queremos. Mas o que se tem visto dos últimos anos não abona muito a favor do conceito que pretendemos consolidar. A miséria e a perda de qualidade de vida têm aumentado, a criminalidade de alguns poderosos aumenta com a impunidade graças “ao seu prestígio social e boa inserção no meio”, enfim, “todos somos iguais mas uns mais iguais do que outros”. E, agora, cada vez mais súbditos, porque estamos a perder a Lusa Cidadania, em favor de uma troika e de um novo Eixo, ou IV Reich, mediante planos estruturados e pré-estabelecidos. E o 1.º de Dezembro (1640) não é uma das datas mais importantes da História de Portugal? O 5 de Outubro (1143) não é o mais importante, o da Fundação, e que só em Portugal não é comemorada?


DERRAPAGENS – Nas obras públicas, na Ponte Europa, que só agora vai a tribunal, passados cinco anos, com gastos 288% acima dos previstos? E justiça para as vítimas da incúria das redes de interesses que levou à derrocada da ponte de Entre-os-Rios e de tantas e tantas obras, cujos “deslizes”seriam capazes de cobrir o déficit das contas públicas? E nas prescrições (ou não arguições) de vastas redes de crime organizado e “socialmente aceites” e juridicamente inatingíveis?


ATENÇÃO! Cuidado com as simples SMS: o “Governo do Paquistão (nelas) proíbe referências ao nome de Jesus Cristo”.


Miguel Pignatelli Queiroz

Presidente do Senado do PPM, antigo presidente do Directório e da CPN do Partido Popular Monárquico, deputado municipal na Assembleia Municipal de Coimbra e deputado eleito ao Parlamento português entre 2005 a 2009.

Fonte: Beiras