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Manuel Beninger

domingo, 8 de janeiro de 2012

Restauração devia apostar mais na promoção dos vinhos verdes

Jornal “Diário do Minho” de 8 de Janeiro, pág. 7

Os responsáveis pelo setor da restauração deveriam apostar mais na promoção dos vinhos verdes, defendeu ontem Luís Rufo, cancelário-mor da Confraria do Vinho Verde e que ontem tomou posse da concelhia de Braga, a par do engenheiro agrónomo Pedro Silva.
À margem do jantar de Reis, que juntou elementos de diversas Confrarias, entre outras entidades, o responsável explicou que o vinho verde «goza de boa saúde» e tem melhorado muito em termos de qualidade ao longo dos anos.
Contudo, lamentou que, ao ao nível da restauração e hotelaria, haja «uma deficiente promoção por parte dos próprios profissionais, o que é lamentável na medida em que nós temos vinhos de excelente qualidade».
Como exemplo, referiu o vinho Soalheiro que, recentemente, foi considerado o melhor vinho branco do país entre todos os outros vinhos, desde maduros a alentejanos.
Por outro lado, Portugal tem aumentado «exponencialmente» a exportação de vinho verde, uma vez que este tem «muita aceitação» em países como Brasil, Suécia ou Estados Unidos da América.
Segundo o responsável, tratam-se de «novos consumidores que provam, gostam e ficam rendidos à qualidade e exceção do vinho verde, que é um produto único».
Por isso, defendeu que é necessário apostar nos bons vinhos verdes. «Temos tentado promover o vinho verde e temos até feito cursos gratuitos para ensinar a beber e fazemos muitas provas e promoções», disse, frisando que a Confraria não tem qualquer interesse económico.
Tudo um conjunto de ações que, de acordo com Luís Rufo, têm dado resultado, já que, «paulatinamente», o vinho verde «vai desabrochando no mercado».
Mesmo reconhecendo «que há pouco cuidado, designadamente na região demarcada», nesse sentido, o cancelário-mor acredita que a situação irá melhorar. «Há muita qualidade nos produtos, no design e na promoção e estamos a ficar no lugar cimeiro ao nível da produção vinícola», vincou.
Por isso, no seu discurso de tomada de posse, Luís Rufo sublinhou a importância de se defenderem os produtos genuínos.
«Devemos defender o vinho verde que é um dos poucos produtos que na agricultura ainda são rentáveis e, por outro lado, é uma maneira de se promover a não desertificação das áreas agrícolas em Portugal», disse.
Considerando que «o vinho verde é, neste momento, um produto âncora ao nível da agricultura na região Norte de Portugal», Luís Rufo pediu aos produtores que apostem na qualidade.
Na sessão esteve ainda D. Duarte, duque de Bragança, que frisou a importância de se promover tudo o que de bom se faz em Portugal.

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