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Manuel Beninger

quinta-feira, 1 de março de 2012

Apresentação da Plataforma de Cidadania



Entrevista ao Diário Insular "Plataforma pretende dar voz aos cidadãos"

Acaba de ser criada a Plataforma de Cidadania em que está integrado o PPM. O que levou a prescindir da participação do PPM nas próximas eleições regionais tendo em conta que é apenas na Região que o seu partido tem representação parlamentar?

Consideramos que o PPM presta assim um bom serviço à cidadania açoriana. Em conjunto com o MPT e muitos independentes, conseguimos criar a tal plataforma cívica de que muitos falam, mas que o nosso sistema político e eleitoral não permite concretizar sem a presença institucional dos partidos. Alguma coisa tinha de ser feita neste sentido. O crescente alheamento político e cívico dos cidadãos - que é bem visível nas esmagadoras taxas de abstenção - está a matar a democracia. A Plataforma de Cidadania significa uma oportunidade para a participação de todos aqueles que querem participar na atividade política sem terem de se submeter a uma formatação ideológica e ao processo de seleção triturador das máquinas partidárias.

Quais são os propósitos da Plataforma no que se refere aos princípios programáticos?
A Plataforma de Cidadania assume-se como um movimento de cidadania global. Nesse sentido, o nosso programa eleitoral não terá amarras de carácter ideológico e dogmas partidários.
Queremos encontrar soluções concretas, moderadas e informadas para cada questão. A perspetiva da Plataforma de Cidadania é fazer convergir vontades e potencialidades. Queremos promover convergências e consensos em contrapartida à cultura do conflito e da disputa que os partidos não conseguem superar.
Queremos, em cada questão, encontrar justiça e racionalidade nas soluções "no governo do povo pelo povo e para o povo". Nesse sentido, a Plataforma de Cidadania recusa as velhas fronteiras ideológicas do século XVIII. Dentro dos parâmetros da defesa da democracia, da autonomia, da liberdade, do humanismo, da igualdade e da justiça, a Plataforma de Cidadania será a casa comum de todos os que querem unir esforços em prol do progresso dos Açores.

Movimento de cidadãos
Qual o contributo que os cidadãos podem dar a título individual à Plataforma?
Qualquer cidadão pode ligar-se à Plataforma de Cidadania através de um contributo em ideias e projetos. É isso que queremos. Ideias e soluções para ultrapassar os problemas que estamos a enfrentar. Nenhuma ideia será, à partida, colocada de parte por pertencer a esta ou aquela família política.
Queremos aproveitar o melhor de cada um. Numa estrutura partidária tradicional, os que ocupam as posições mais proeminentes nem sempre são os mais capazes do ponto de vista das funções que lhe são atribuídas. Neste projeto a medida de todas as coisas será o mérito, a qualidade do desempenho individual e a predisposição para se colocar ao serviço da comunidade.

De que modo vão ser escolhidos os candidatos e vão ser apresentadas listas em todas as ilhas?Vamos constituir comissões eleitorais em todas as ilhas. Os simpatizantes da Plataforma iniciarão, então, um debate alargado sobre a natureza e prioridades dos programas eleitorais de ilha e da Região. Para esse propósito pediremos, também, o contributo dos melhores especialistas da sociedade civil em cada área. A decisão programática final terá de ser racional e rigorosamente concretizável. A escolha dos candidatos só depois será realizada, tendo em conta a regra de ouro que anteriormente referenciei: o mérito.

O que será um bom resultado para a Plataforma em termos eleitorais?
Não estabelecemos metas. Tudo depende exclusivamente da vontade popular. Aliás, é inútil realizar esse exercício teórico. Logo saberemos, em outubro, mas contamos eleger deputados. A ideia da Plataforma é global e a sua necessidade é sentida, desde há muito, por todos. É necessário dar espaço à cidadania e encontrar soluções práticas e justas para a conjuntura que estamos a viver. Quebrar o monopólio dos partidos e ampliar as escolhas das pessoas, repondo critérios como a competência, o esforço e o sentido de solidariedade coletiva. Nós, neste âmbito, só estamos a implementar ideias e práticas reivindicadas pela grande maioria dos cidadãos. Vamos ver que dimensão quer a população dar a este conjunto de princípios. Aliás, é inútil realizar esse exercício teórico.

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