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Manuel Beninger

domingo, 22 de abril de 2012

Mesquita Machado acusado de favorecer Bragaparques com a concessão a privados

A concessão da gestão e exploração do estacionamento na cidade motivou aceso debate na Assembleia Municipal de Braga, embora o tema só tenha subido à ordem do dia pelas duas horas da madrugada. O presidente da Câmara justificou a medida com a necessidade de continuar a «fomentar a rotatividade» no parqueamento no centro da cidade e com a escassez de recursos da Polícia Municipal para garantir a fiscalização de toda a actividade.
Os argumentos do edil socialista não convenceram a oposição, que o acusou de «apenas querer encaixar “dinheiro fresco”», três milhões de euros, que alguns já adivinham que servirão “como uma luva” para financiar a expropriação da fábrica “Confiança”.
Certo é que este tema, que já tinha dividido o executivo municipal, acabou aprovado apenas com os votos do PS e dos autarcas independentes, com os demais partidos a votarem contra.
O presidente da Câmara fez também questão de garantir que «todas as decisões políticas continuarão a ser asseguradas pela Câmara», cabendo ao futuro concessionário apenas a fiscalização e cobrança das receitas dos parquímetros instalados, quase 1200, e a instalar na cidade. Apesar de tudo, a medida não colheu na oposição, que acusou Mesquita Machado de «ir deixar a Câmara em 2013, mas continuar a hipotecar o seu futuro por muitos e longos anos».
O ataque à privatização do estacionamento foi conduzido pelos deputados jovens do CDS e do PSD, que desafiaram os seus colegas socialistas a dizerem se concordavam que a Câmara antecipasse já “à cabeça” as receitas do estacionamento dos próximos 15 anos, que por direito pertencem à próximas gerações. «Qual é a noção que o PS tem de solidariedade geracional, que hipoteca o concelho com o estádio, com a parceria e agora com o estacionamento?», questionou Francisco Mora do CDS/PP, no que foi secundado por Hugo Soares, do PSD.
Também a CDU, por Carla Cruz, denunciou «a descarada antecipação de receitas», a que se seguiu idêntica reprovação do PPM, com Manuel Beninger a lembrar que «a futura “caça à multa” apenas beneficiará a Bragaparques» – entidade que se apresenta como a melhor colocada para ficar com o negócio dos parques de superfície, potenciando assim os lucros com o estacionamento.
Jornal “Diário do Minho” de 22 de Abril, pág. 7

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