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Manuel Beninger

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Comissão dos Assuntos Sociais e Saúde da Assembleia de Braga: “O Poverello” desaproveitado nos cuidados paliativos

“O Poverello” desaproveitado nos cuidados paliativos 

A Comissão dos Assuntos Sociais e Saúde da Assembleia Municipal de Braga realizou recentemente uma visita ao Centro de Acolhimento “O Poverello” da Fundação Domus Fraternitas, localizado no caminho de Montariol em Braga, e que se encontra em atividade desde Janeiro do corrente ano.
Os membros da Comissão reconheceram a singularidade do trabalho ali desenvolvido, considerando que na valência dos cuidados paliativos (com dez camas), «a capacidade instalada não está de modo algum rentabilizada», pelo que «o número de encaminhamentos poderá não estar a acompanhar as necessidades sociais e de saúde», razão por que considera que, neste nível, «ainda se está longe de alcançar o crescimento desejado».
A deslocação teve como finalidade perceber o funcionamento daquela valência, conhecer as instalações e a capacidade instalada, bem como saber se existem constrangimentos ao seu pleno funcionamento. O acolhimento foi feito pelo presidente da Fundação, Frei José Pereira das Neves, e pelo diretor técnico e clínico, Vítor Coutinho, que também integra esta Comissão, que proporcionaram uma visita guiada pelas três unidades que compõem esta valência: a unidade de cuidados paliativos, com capacidade para 10 camas, a de média duração e reabilitação, com 24 camas, e a de longa duração e manutenção, também com 24 camas.
“O Poverello” está integrado na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Esta rede é um nível de cuidados criado em 2006, como resposta às novas necessidades sociais e de saúde decorrentes do aumento crescente da esperança de vida e o envelhecimento da população, da prevalência continuada de situações de crónicas múltiplas, de incapacidade, e de pessoas com doença incurável em estado avançado e em fase final de vida.
O acesso a esta rede é feito através da referenciação com origem num hospital, através da equipa de gestão de altas, ou num centro de saúde, por via da equipa coordenadora local, pois trata-se de uma instituição apoiada pelo Estado, com respostas ajustadas aos diferentes grupos de dependentes e à evolução das doenças e situações sociais, com vista a facilitar a autonomia e participação dos destinatários.
«Estando perante uma lógica de cuidados nova e diferente está-se também perante um desafio, onde a avaliação da pessoa que carece de cuidados não poderá ser feita numa lógica de doença, mas sim de funcionalidade, em que o doente seja a preocupação central, tanto para as equipas como para os profissionais envolvidos» defendem os membros desta Comissão, a qual vai fazer um relatório que levará à próxima Assembleia Municipal.
A este propósito, os deputados que integram a Comissão verificaram que a ação e a dinâmica d’O Poverello assentam em três dimensões indissociáveis do ser humano, a dimensão corporal, a dimensão psicossocial e a dimensão espiritual, desenvolvendo «um trabalho multidisciplinar, que confere singularidade e “carisma” a esta unidade em relação a outras similares».

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