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Manuel Beninger

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O SOCIALISMO AO ATAQUE


Muito preocupadas andam as gentes com a subida da Marine nas eleições francesas. Xenofobia, racismo, extremismo, fascismo, o diabo a quatro.
Talvez tenham razão. Mas não em se preocupar.
Indo um bocadinho mais longe, pergunte-se: de que fala a Marine, senão de socialismo? Um socialismo nacional, sem os rodriguinhos da “solidariedade” e de outros “valores” na moda dos outros socialismos. Socialismo puro e duro. Socialismo que cala fundo na mentalidade das pessoas, mormente das que procuram protecção, apoio, subsídio, estado social, as mesmas que votam na extrema-esquerda do Melenchon, malta sem emprego ou possuída de juvenis sentimentos de revolta, trabalhadores (30% dos que votaram na Marine!), tudo gente que precisa de confiar nalguma coisa e que, como tem pouco em que confiar, se entrega nas mãos do Estado, convencida pelos demagogos da direita ou da esquerda que é no Estado, não em si mesmos ou nos seus, que vão encontrar refrigério, protecção e… dinheiro.
Foi assim com Mussolini que, pés bem assentes na chamada classe trabalhadora, marchou sobre Roma e se locupletou com o poder. Foi assim com Hitler, que, com apoio de massas da mesma natureza, se aproveitou do estertor da República de Weimar para ser eleito e fazer o que fez. Tudo em nome do socialismo. Foi assim com Lenine, com Castro, com Kim-Il-Sung… com argumentos rivais mas de natureza semelhante, isto é, argumentos socialistas.
Há formas mais mitigadas do socialismo - o chamado socialismo democrático - que, como entre nós ficou demonstrado à saciedade nos últimos dias, acham que a democracia acaba quando a vontade popular deixa de estar nas suas mãos.
Na sua essência anti-humano, porque alicerçado na convicção de que a sociedade tem que ser “guiada” por um Estado omnipresente e omnicondutor, o socialismo consiste, essencialmente, na negação da liberdade individual. Mesmo quando dela faz bandeira.
O socialismo democrático é muito bonito enquanto tem quem lhe pague as despesas. Por outras palavras, enquanto conseguir coabitar com economias ditas liberais e pactuar com os produtores de riqueza que eleger para se resguardar a si mesmo.
Quando o dinheiro, vítima das armadilhas que o pensamento socialista criou, tende a acabar, ai Jesus que estão a acabar com a democracia! Que democracia? A que os socialistas inventaram e que, ou deu cabo do estado liberal ou o encheu de vícios.
Mas o socialismo está em marcha triunfante. Está ínsito na regulamentarite aguda da Comissão Europeia, está metido no sangue de partidos ditos de direita, está encastrado na mente dos dirigentes políticos da Europa ocidental, de esquerda e de direita.
A Europa ocidental soçobra cada vez mais depressa, enquanto a de Leste, que nem quer ouvir falar em socialismo, se vai safando e, apesar de tudo, crescendo.
Criou-se o mito, ternamente acarinhado pelos mários soares & Cª, Igreja incluída, do pecado liberal ou, num prodígio de aldrabófona imaginação, neo-liberal.
Por outras palavras, para a generalidade dos “pensadores”, a liberdade é pecado.  
Sair disto, se fosse possível, seria a mais nobre das revoluções.

António Borges de Carvalho
(António Borges de Carvalho foi eleito deputado em 1979 e 1980 pelo PPM, a cujo Grupo Parlamentar presidiu, tendo presidido a Comissão de Revisão Constitucional (primeira revisão) e à Comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia da Republica. Foi também vice-presidente da Comissão Parlamentar de Defesa, tendo colaborado na redacção da Lei de Defesa Nacional).

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