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Manuel Beninger

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sociedade deve reconhecer e valorizar papel dos avós

«É urgente que a sociedade valorize e que os decisores políticos, económicos e culturais reconheçam e favoreçam o papel insubstituível dos avós». Esta é uma das muitas conclusões da palestra “Avós e Netos – hoje, que desafios”, promovida ontem pela Associação Famílias, na Junta de S. Vítor, para assinalar o Dia dos Avós. Os especialistas abordaram, entre outras questões, as diferentes formas de ser avô, nos dias de hoje, e o papel social imprescindível que esta figura  ocupa na sociedade.
Coube ao investigador da Escola de Psicologia da Universidade do Minho (UMinho), José Ferreira Alves, lançar o mote para a conversa, apresentando cinco formas diferentes de se ser avô.
O avô formal (aquele que procura cumprir o que é esperado dele, que não interfere muito na educação do neto, mas fica disponível para intervir quando é solicitado); o avô divertido (uma pessoa muito sábia, que valoriza os  momentos de lazer e de diversão com os netos); o pai substituto (porque os pais falecem, têm problemas de saúde física ou mental, ou porque a família é muito disfuncional); o reservatório da sabedoria familiar (o patriarca e chefe da família, que controla todos os membros) e o distante (que tem contactos pouco frequentes com o neto, ou porque vive longe, ou porque trabalha ou está envolvido em atividades várias).
O investigador alertou para o facto de estas diferentes formas de ser avô não serem as mesmas para mulheres e para homens, podendo variar consoante a idade do neto e a fase da vida do avô.
Defendendo que estas formas de ser avô, resultam frequentemente de tradições familiares, José Ferreira Alves, sublinhou que não existem formas corretas ou erradas de ser avô. «O facto é que a função de avô é importante para a pessoa idosa e tem de ser valorizada», referiu.
De acordo com o investigador, o avô enquanto elemento familiar que toma conta da criança quando os pais trabalham, ou que é um mediador privilegiado de conflitos entre pais e filhos, transmitindo sabedoria familiar, começa hoje a ser valorizado, mas há ainda um longo caminho a percorrer.
O presidente da Associação Famílias, Carlos Aguiar Gomes, referiu-se ainda aos avós como a «memória e as raízes da família, que ajudam a ancorar as novas gerações» e como «refúgio dos netos, que ali encontram estabilidade emocional».

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