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Manuel Beninger

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Nova Política Industrial da Europa: a que preço?


Essa carta assinada por estes cinco ministros homólogos (que provavelmente se tratam uns aos outros por tu) é cheia de boas intenções. Porém, não devem os ministros esquecer que de boas intenções está cheio determinado local, para onde certamente ninguém quer ir...
A questão que se coloca é saber qual o preço que a Europa está disposta a pagar para conseguir a reindustrialização que o Álvaro (foi ele que pediu para o tratarem assim) e seus amigos vieram apregoar.
Como pode o debilitado tecido industrial europeu tornar-se novamente competitivo à escala mundial?
No actual contexto dos acordos mundiais do comércio, só há duas vias:
1.ª: Os nosso "crânios" europeus desatam a inventar um sem número de produtos inovadores, suficientemente atractivos para os consumidores a nível global, e que ao mesmo tempo não possam ser imitados pelas indústrias dos países emergentes.
2.ª: A outra via é aplicar as regras industriais dos países emergentes, isto é: abolir o estado social; reduzir drasticamente os salários e aumentar os períodos laborais para níveis a roçar a escravatura; revogar toda a legislação existente em relação a direitos laborais, higiene e segurança no trabalho; despenalizar o trabalho infantil; suspender toda a regulamentação ambiental existente na união, permitindo às indústrias poluir como e quanto lhes aprouver.
Portanto, ou os líderes europeus têm coragem de afrontar as convenções mundiais do comércio e reconhecer que estas não são igualitárias para todas as nações do mundo, uma vez que um mercado justo pressupõe a não existência de concorrência desleal, exigindo que as indústrias em competição no mesmo mercado obedeçam às mesma regras; ou então esta carta cheia de boas intenções irá parar ao mesmo caixote do lixo que as restantes "balelas" resultantes dos sucessivos conselhos europeus e cimeiras que se têm realizado nos últimos tempos.
A Europa necessita de se reindustrializar? Sim, é um facto evidente. Mas para mantermos os padrões de vida que são direitos inalienáveis das sociedades europeias modernas, temos que voltar atrás e reconsiderar a imposição de medidas proteccionistas, com todo o mal que daí possa advir.
Aqui trata-se de uma necessidade de sobrevivência, onde muitas vezes os fins justificam os meios.

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