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Manuel Beninger

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Experimentalismo Urbano


E se um médico decidisse operar um paciente ao estômago por entender que este sofria de alguma maleita, tipo flatulência em excesso ou coisa que o valha?
Marcava-se a cirurgia, reservava-se o bloco operatório, adquiria-se o material necessário, recrutavam-se enfermeiros, anastesistas, etc... O doente era sujeito a internamento e à bateria de exames preliminares da praxe.
No dia seguinte, o médico operava o paciente e este permanecia internado mais uns dias em pós-operatório.
Ao fim de algumas semanas, o paciente não apresentava melhoras ou até piorava e o médico então decidia: "se calhar é melhor voltar a abrir a barriga ao paciente e operá-lo aos intestinos, porque o excesso de traques que ele dá, afinal deve ter a ver com as tripas e não com o estômago".
Perguntamos nós: o que pensariam os leitores deste médico ficcional se fosse real? A opinião generalizada seria: INCOMPETENTE. 
E certamente o hospital dispensaria este médico, pois a incompetência deste causara avultados prejuízos. Para além dos óbvios transtornos causados ao paciente, a despesa desnecessária que causou ao realizar cirurgias dispendiosas, sem saber realmente ao certo o que estava a fazer.

Pois se este médico é ficcional, os responsáveis pelas obras de requalificação urbana da cidade de Braga não! 
E tal como o médico incompetente, também estes decidem executar as acções, para depois se aperceberem das asneiras que fizeram e voltar a refazer o que foi mal feito.
Assim, quando os bracarenses se julgavam livres das incómodas obras do Largo da Sr.ª a Branca, eis que as máquinas estão de volta para corrigir aquilo que poderia ter sido feito bem à primeira. Mas como se pode ler hoje no Diário do Minho, a cidade de Braga passou a ser um laboratório de "Experimentalismo Urbano".

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