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Manuel Beninger

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Os Papas e o historial de perseguições aos cristãos – 1ª Parte


O Papa é o chefe da Igreja, escolhido por sufrágio dos seus eleitores, os cardeais reunidos em Conclave, órgão da Igreja convocado exactamente para essa Eleição. O Primeiro Papa foi S. Pedro, e mais 266 outros Chefes da Igreja se lhe sucederam até aos nossos tempos.
Todavia, os cristãos, como todos sabemos, viviam na clandestinidade e, quando eram apanhados a realizar práticas religiosas ou reunidos para simplesmente orar ou meditar, eram passados pelas armas, encarcerados, crucificados, queimados, deitados às feras no Coliseu ou nos anfiteatros espalhados pelo vasto Império Romano. Os primeiros Papas, na generalidade santificados pela Santa Igreja, foram perseguidos e imolados em nome da sua crença religiosa. O Primeiro Chefe da Igreja, o nosso S. Pedro, orago da minha terra natal, inaugurou a série interminável de Papas martirizados e suprimidos violentamente das suas funções.
Ora bem, até ao Imperador Constantino, os pobres cristãos, igualmente como os seus guias supremos, foram perseguidos sem dó nem piedade. Viviam em Catacumbas em diversas regiões do Império Romano, num perfeito secretismo, pois a sua religião ofendia as crenças do Estado Romano, crenças politeístas que tinham assimilado não só os deuses gregos como igualmente os deuses de todos os territórios anexados através dos tempos.
Claro que o Cristianismo, religião monoteísta, com a sua mensagem de igualdade de todos perante um Pai Comum, fosse qual fosse o seu estrato social, e de equiparação entre Homens e Mulheres, embora escandalizando os bem pensantes da época, alastrou-se num ápice por todo o Império, extravasando mesmo as suas fronteiras e influenciando decisivamente todas as comunidades onde chegava. Primeiro os escravos e a gente mais modesta e, posteriormente, a classe mais culta, acabando por ser aceite pelos mais poderosos e pelo patriciado romano. Todos abraçaram a mensagem de Jesus Cristo e a pouco e pouco tornaram-se cristãos. Na verdade, o Cristianismo era representado por um Deus cujas relações com o Homem se baseava no Amor, no Perdão, e a sua doutrina apontava a cada um a entrega total ao Bem e à Entre Ajuda e Solidariedade. Com estes princípios, numa sociedade violenta e com desigualdades profundas, o Cristianismo não podia deixar de ter o maior êxito. Deste modo, por força da pregação dos Apóstolos e dos seus Seguidores formou-se uma Igreja Católica, chefiada pelo Papa, que, de Roma, dirige mundialmente a actividade da Igreja, através de braços constituídos pelo Clero Secular, com as suas linhas hierárquicas formada por Cardeais, Bispos e Padres e pelos braços constituídos pelo Clero Regular, com as suas linhas hierárquicas formadas por Abades, Monges e Frades.
Pela lista dos Sucessores de S. Pedro, verifica-se facilmente o fim violento que tiveram muitos Papas, pois muitos acabaram por ser canonizados e considerados Santos, por terem sido considerados mártires e vítimas das suas convicções religiosas que nunca negaram.
Mas, finalmente, as perseguições aos cristãos terminaram, no Império Romano, com o Édito de Milão, da autoria do Imperador Constantino, talvez o primeiro Imperador a converter-se ao Cristianismo.
Infelizmente, nos nossos dias, as perseguições continuam, sendo assassinadas populações inteiras por professarem o cristianismo. Tanto na Ásia como em África, não há dia nenhum que não sejam martirizados e mortos cristãos por fundamentalistas que não respeitam a religião do próximo. Mas além do extremismo muçulmano e de outros credos, o poder político, em diversas partes do hemisfério, quando é incomodado pela Igreja, vai abatendo à socapa elementos da sua hierarquia e simples cristãos que se opõem às prepotências, à corrupção e às tentativas de supressão da Liberdade Religiosa. Esta situação é preocupante e resta a nós homens livres e cristãos dar o exemplo de Boa Convivência, favorecendo a harmonia entre todos os credos e orando pela Igreja do Silêncio, que ainda actualmente muito sofre.

António Moniz Palme – 2013 (Artigo publicado na Gazeta da Beira de 24 de Abril de 2013)

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