Avançar com medidas concretas que criem na cidade de Braga uma agricultura de matriz urbana e de acesso público. Foi a recomendação que o deputado Manuel Beninger do Partido Popular Monárquico (PPM) fez aprovar na Assembleia Municipal de Braga de sexta-feira.
A proposta, que passou com a abstenção da maioria socialista, recomenda à Câmara a concretização de um pacote de seis medidas, de entre as quais se destaca «a inclusão da agricultura urbana em todas as políticas urbanas». Em concreto, o deputado monárquico preconiza que o executivo municipal passe a incluir na acção as políticas de uso do sol e de segurança alimentar, política de saúde, ambiental e de desenvolvimento social.
Beninguer deixou claro que a concretização da recomendação que o órgão máximo do município vai transmitir á edilidade deve ganhar forma concreta na «criação de espaços verdes» que possam ser usados como hortas urbanas com jardim ou jardins com produção agrícola, podendo as hortas assumir a figura de espaços individuais ou comunitários.
Inspirado num modelo urbanístico que pretende humanizar os espaços urbanos e dotá-los de uma vertente assumidamente ecológica, a iniciativa do PPM contempla também o aproveitamento, para fins hortícolas, dos «espaços abandonados, degradados, baldios e incultos da cidade». A Câmara Municipal de Braga é ainda exortada a disponibilizar terrenos do município para a criação de hortas urbanas em regime de arrendamento, precisando Manuel Beninguer que a concretização das medidas propostas seja «devidamente ajustada às características e necessidades da cidade de Braga».
O deputado monárquico alega serem «inúmeros» os benefícios que as hortas urbanas têm ao nível ambiental , urbano, social e económico, vertente em que «representam um contributo para a menor dependência dos produtos exteriores, a poupança de energia e ainda para a afirmação do direito à soberania alimentar».
Mas também ao nível ambiental são notórios os benefícios da agricultura urbana, na medida em que as hortas assumem um papel de «preservação dos espaços verdes», ao mesmo tempo que garantem a «reabilitação de espaços públicos abandonados ou degradados» e asseguram a «ligação de corredores verdes».