Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

domingo, 16 de outubro de 2011

S.A.R, O Senhor Dom Duarte defende que “alguém tem de ir para a prisão “porque o país foi assaltado, roubado e violentado”

Jornal “Diário do Minho” de 16 de Outubro, pág. 4


Pretendente ao trono quer criminalização da crise

Dom Duarte Pio quer ver quem vai para a prisão


O chefe da Casa Real de Bragança acusou ontem o regime republicano de ter conduzido o país a uma situação de falência e fez saber que espera agora a criminalização dos políticos responsáveis pela situação económica e financeira em que Portugal de encontra. Dom Duarte Pio deixou claro que os republicanos assumiram os destinos do país num momento em que Portugal era um dos mais ricos da Europa, tendo-o transformado num dos países mais pobres, 101 anos depois, apesar dos muitos milhões e milhões de euros que chegaram da União Europeia.

«Em 1910, a república herdou um país rico. Uma centena de anos depois, e após milhões e milhões de euros que nos foram concedidos pela União Europeia, conseguiu levar o país à falência», acusou o pretendente ao trono português, apontando o dedo «à incompetência e à corrupção» que, no seu entender, tem caracterizado a classe política portuguesa.

O pretendente ao trono português falava à margem de uma visita que efectuou à freguesia bracarense de Oliveira S. Pedro, a convite da Junta de Freguesia local. A deslocação de Dom Duarte motivou a inauguração da primeira réplica dos Marcos da Casa de Bragança existentes na localidade e que testemunham as delimitações de senhorio da Casa de Bragança.


Dinheiro fácil não nos salva

Dom Duarte Pio foi mais longe nas críticas que dirigiu ao regime republicano e deixou claro que o país não pode deixar de responsabilizar os responsáveis pelo descalabro das contas públicas. «Agora, quero ver quem é que vai para a prisão», disse, sentenciando que «não é preciso ser economista para saber que quando um país gasta mais do que produz, acaba por ser confrontado com problemas muito sérios».

Assumindo que os sacrifícios que estão a ser exigidos aos portugueses «são muito violentos», o pretendente ao trono português não deixa de atribuir alguma responsabilidade pela situação às ajudas financeiras que Portugal tem recebido dos seus parceiros europeus.

«O dinheiro dos outros nunca foi salvação, porque é sempre muito mal gasto. O que nos salva é a nossa inteligência e a nossa capacidade de trabalho», continuou o duque de Bragança, expressando a expectativa de que o país «saiba aproveitar as lições da história para voltar a ser responsável e poder ultrapassar as situações desastrosas a que a república nos conduziu».

Reconhecendo que «a crise é muito dura e muito desagradável», o duque de Bragança contrapôs que ela é também «uma oportunidade para analisarmos os que fizemos de errado e mudar o rumo dos acontecimentos».

«Quando a situação é difícil, é que somos capazes de olhar o futuro e resolver os nossos problemas», sentenciou Dom Duarte Pio, acrescentando que «espera que as pessoas mais válidas para ajudar o país a criar riqueza não sejam obrigadas a emigrar e que aquelas que já emigraram possam voltar, para ajudar o país a recuperar da crise».


Políticos são problema

O herdeiro do direito ao trono questionou, a propósito, como pode ser compreensível que Portugal tenha sido transformado num dos países mais pobres da Europa, ao mesmo tempo que os portugueses tiveram um papel determinante na transformação do Luxemburgo no país mais rico da Europa. Desfazendo a contradição, o chefe da Casa Real sublinhou que «isso demonstra que o problema não está na falta de capacidade dos portugueses para gerar riqueza, mas na corrupção e falta de qualidade do regime político».

Na deslocação à freguesia de Oliveira S. Pedro, em que também tomou parte o líder do PPM na Assembleia Municipal de Braga, Dom Duarte Pio subiu à montanha local, para visitar o emblemático “Penedo das Letras”, que foi visitado por Dom Miguel, em 6 de Dezembro de 1832. A espécie de homenagem ao bisavô do actual pretendente ao trono foi assinalada com a inauguração de uma placa comemorativa. A jornada monárquica, promovida pela junta de freguesia republicana, pretendeu assinalar a «reabilitação histórica» da localidade de Oliveira S. Pedro.