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Manuel Beninger

domingo, 2 de junho de 2013

Juntos por Braga (PSD/CDS/PPM) com Ricardo Rio na liderança ganha em Braga


A luta pela Câmara de Braga adivinha-se dura: Ricardo Rio, da Direita, está perto de lá chegar à terceira tentativa; Vítor Sousa (PS), após ganhar o partido, arrisca perder o povo; e a CDU volta a ser decisiva.
O economista Ricardo Rio, líder da coligação "Juntos por Braga" (PSD/ CDS/PPM), é o preferido dos eleitores bracarenses inquiridos pelo JN para presidir à Câmara Municipal (CMB) a partir de outubro, com 43,3% dos votos. Atrás fica Vitor Sousa, do PS, com 41,1%, seguido do jovem candidato da CDU, Carlos Almeida, que logra 8% e, por fim, a novel congregação de independentes, liderada pela investigadora Inês Barbosa, com quase 5%.
Caso as urnas confirmem a sondagem JN, a vitória de Ricardo Rio constitui mudança radical no município, ao desalojar do poder o PS que, com Mesquita Machado, ocupa a Presidência há 36 anos. E premiará a persistência de Rio, que lidera a Direita pela terceira vez consecutiva. Aparentemente, a sobriedade e honestidade que lhe são reputadas, a par de um trabalho longo e sólido na Oposição, são argumentos suscetíveis de contornar um voto de protesto contra a coligação governamental que "Juntos por Braga" emula.
Rio beneficia ainda das fragilidades do próprio PS, enfraquecido por clivagens resultantes do processo interno de seleção do candidato autárquico, e desgastado por mais de três décadas de gestão. Nesse tempo, o PS colonizou o Poder Local, urdindo redes de dependências de que resultaram suspeitas de conluios e conúbios, as quais, embora jamais provadas, são património do imaginário coletivo bracarense.
Polémicas urbanísticas
Ónus que também recai sobre Vítor Sousa, obnubilando a sua simpatia, a enorme capacidade de trabalho e o profissionalismo da sua campanha. Por um lado, pela investigação judicial, ainda em curso, à eventual autoria de negócios ilícitos nos Transportes Urbanos de Braga (TUB); por outro lado, ao deixar-se vincular, enquanto vice-presidente da CMB, à expropriação urgente de imóveis sobre os quais recai uma hipoteca da filha e genro de Mesquita Machado.
E, neste contexto, o ensejo de capitalizar o carisma do velho edil - cuja obra, principalmente nas freguesias, poucos contestam -, sugerindo continuidade na administração da coisa pública local, poderá comportar mais danos do que virtudes. Danoso para as ambições de Sousa foi, ainda, o aumento recente e brutal da área sujeita a estacionamento pago, com quase metade dos eleitores (45,7%) a manifestarem desagrado.
A CDU também poderá reclamar vitória, ao inflacionar em dois pontos a votação de 2009 e recuperar um vereador, tal como ocorreu em 2001, com Jorge de Matos (no pelouro da Ação Social), e Casais Baptista, em 1993.
Por fim, o "Cidadania em Movimento" - ainda em fase de recolha de assinaturas -, será o repositório do voto, não só do Bloco de Esquerda, mas também dos descontentes com a gestão do PS local e do PSD-PP no âmbito governamental. Isto, se chegar a ir às urnas...

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