Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

sábado, 28 de maio de 2011

PPM quer investigar “dumping” dos produtos agrícolas espanhóis

Jornal “Diário do Minho” de 28 de Maio, pág. 11


Manuel Beninger defende revalorização do sector agrícola


A candidatura pelo círculo de Braga do Partido Popular Monárquico (PPM) defendeu, ontem, «a investigação do “dumping” dos produtos agrícolas espanhóis, baseado em subsídios dos governos regionais, a criação de bolsas de comércio regionais e a desburocratização do processo de “certificação de origem”».

A posição da lista, liderada por Manuel Beninger, foi expressa no âmbito da apresentação de um conjunto de propostas para a «urgente revalorização do sector agrícola», atendendo a que Portugal só produz 27 por cento dos alimentos que consome, pelo que «algo terá que ser feito para recuperar a capacidade produtiva da agricultura nacional, combater o desemprego e repovoar o interior do país».

Como medidas concretas para relançar a agricultura, os candidatos do PPM propõem também «a compra de terras por parte do Estado, no interior do país, e da sua posterior redistribuição por jovens agricultores, enquadrados no sector cooperativo, que só adquiriam posse após duas décadas de exploração efectiva e ininterrupta».

A redução do preço do gasóleo agrícola e da energia, a aposta na formação dos agricultores, planificação e divulgação do modo mais correcto de escoamento do produto agrícola, a reformulação da lei da qualidade do produto, de modo a que o controlo de qualidade inclua o conteúdo calórico do produto e não só o que os olhos vêem, são outras das propostas monárquicas.

A lista encabeçada por Manuel Beninger propõe ainda melhores subsídios a quem crie raças de origem portuguesa, a definição de áreas agrícolas intocáveis de modo a manter a dimensão de explorações agrícolas, o aumento do controlo sobre culturas causadoras da erosão e reconhecidamente degradantes, a inventariação e aproveitamento de todos os recursos naturais abandonados ou em vias de o serem.

O PPM lembra que sempre advogou que «a agricultura é um dos sectores económicos mais responsáveis pelo desenvolvimento de um país, sendo também uma importante fonte de emprego», pelo que, apesar de a agricultura portuguesa «não possuir as condições de produção dos outros países europeus», lamenta «o desleixo praticado pelos governantes portugueses numa actividade tão importante para a solidez de um país, não sendo também admissível a penalização da agricultura familiar».

O partido nota que a maior causa da sobrelotação das cidades se deve não à opção própria das gentes do interior, mas sim à impossibilidade de se conseguir uma vida condigna nos meios rurais, em que cada vez mais é impossível manter uma propriedade agrícola, pagar salários minimamente aliciantes aos empregados e escoar a produção.