Jornal “Diário do Minho” de 3 de Novembro, pág. 9
Os agricultores do distrito de Braga manifestam-se a 15 de Novembro, naquela cidade, para exigir um política que defenda a produção nacional e para contestar o «apagamento» de um «enorme número» de freguesias, anunciou ontem fonte associativa.
O presidente da Associação de Defesa dos Agricultores do Distrito de Braga (ADADB), José Manuel Lobato, disse à Lusa que a anunciada fusão de freguesias é uma das «principais questões» que está na base da manifestação, que deverá arrancar pelas 10h30.
«Com isso, o Governo roubará às populações rurais o que de mais precioso ainda lhes resta. Já lhes roubou os anéis, agora quer roubar também os dedos», criticou. José Manuel Lobato refere que os «anéis» são «os mais variados» serviços, como escolas, centros de saúde ou os Correios.
«Ao acabarem com as juntas de freguesia, estariam a liquidar o último serviço de proximidade que vai resolvendo muitos dos problemas que vão surgindo e a dificultar a vida aos idosos», refere, em comunicado, a ADADB.
Simbolicamente, a manifestação terminará no edifício onde funcionou o Governo Civil e onde os agricultores esperam entregar uma moção com as suas reivindicações, para que “alguém” as faça chegar ao Governo.
A fusão das freguesias é a única questão nova na luta dos agricultores, que continuam a reivindicar medidas que permitam o escoamento da produção e contra o esmagamento dos preços na produção.
A continuidade da quota de produção leiteira pós 2013 e da gestão dos baldios pelos povos, e medidas contra a importação de produtos agrícolas são outras das exigências. «No fundo, queremos uma política que defenda a produção agrícola nacional e os direitos das populações rurais», sublinhou o líder da ADADB, lamentando «os efeitos da PAC e de políticas nacionais desajustadas à realidade da nossa agricultura e também pelo ataque feroz ao interior, o aumento do isolamento e da desertificação».