segunda-feira, 14 de novembro de 2011

As maçonarias latinas

As lojas maçónicas do Continente Europeu, todas elas de raiz francesa, sempre se caracterizaram como revolucionárias, antimonárquicas e ferozmente inimigas da Igreja Católica, particularmente das suas Hierarquias.

Tudo isto tem uma explicação.

Da Inglaterra, as lojas maçónicas passaram aos outros países, com uma dupla missão - alargar o seu campo de influência e potenciar o expansionismo britânico.

Ora, a grande rival do Reino Unido, continuava a ser a França, ao tempo a competir com ela nos Cinco Continentes.

As teorias dos enciclopedistas facilitavam o caminho.

Assim, Montesquieu e o Marquês de Sade foram iniciados na mesma tarde — dia dezasseis de Maio de 1730 – e na mesma loja — TAVERNE DE HORN, em Westminster.

O movimento tocava profundamente até o alto clero e a mais histórica aristocracia, que, inconscientemente e por uma questão de modas, estavam a potenciar uma queda que já se divisava.

O monarca, que, ao tempo, era Luís XV, desconfiava desta nova forma de associação de raiz britânica. Achava bizarro que os sócios das lojas cultivassem o secretismo, ou mesmo o mistério. E tenta combatê-la, luta difícil dado o secretismo da instituição, que só os irmãos tidos como absolutamente seguros, dominavam.

E de sucesso em sucesso, o movimento cria o GRANDE ORIENTE, dominado por Voltaire. A ideia continua em expansão e chega às famílias reais aderentes ao protestantismo que viam nela um poderoso instrumento de luta contra a Igreja Católica, cujos bens queriam confiscar.

Foi o caso do imperador sueco Gustavo Adolfo e de vários dos cerca de quinhentos príncipes alemães, que pretendiam reforçar os seus erários, naturalmente magros pela pequena dimensão dos seus estados com os patrimónios objecto de confisco.

Reexaminando o caso francês, veremos que a Revolução de 1789, a histórica Revolução Francesa, foi basicamente uma vitória do GRANDE ORIENTE e, em particular, da LOJA DOS SETE IRMÃOS.

O primeiro círculo republicano na França foi a loja LA BOUCHE DE FER.

Era contra o Rei e a Igreja que os maçons lutavam, esperando apenas o momento favorável para derrubar o trono e o altar.

E a sua implantação avançara tanto que nos ESTADOS GERAIS de 1789, dos seiscentos e cinco representantes do TERCEIRO ESTADO, dito POVO, quatrocentos e setenta e sete eram franco-maçons.
A Inglaterra parecia ter razões para estar contente.

Caída a Monarquia, a França iria cair em sucessivas convulsões e deixaria de poder apresentar-se como competidora no domínio do Mundo.

Mas com a irrupção do Bonapartismo irfa pagar caro a exportação do credo maçónico.

«Politique d’ Abbord – Reflexões de um Politólogo», opinião de Manuel Leal Freire