A duquesa de Bragança assume que o Natal é importante para a família e revela que este ano os filhos, Afonso, Francisca e Dinis, vão receber apenas um presente cada um.
Há 20 anos, um grupo de mulheres começava a fazer voluntariado na Maternidade Alfredo da Costa, ajudando mães carenciadas. Assim foi criado o Banco do Bebé, presidido por Marina Arnoso e no qual D. Isabel de Bragança é presidente da Assembleia Geral. A celebração das duas décadas da associação proporcionou uma conversa com a duquesa, que dedica parte substancial do seu tempo ao voluntariado.
– Tem um papel ativo no Banco do Bebé?
– Tento promover o voluntariado e dou apoio a vários níveis, como, por exemplo, fazendo a ponte com pessoas que possam ajudar. Não consigo vir muito à maternidade, mas estas senhoras têm feito um trabalho extraordinário, sendo um dos serviços mais importantes o apoio domiciliário, fundamental no regresso das mães a casa, com os bebés.
– Deve tornar-se difícil lidar com tantos pedidos de ajuda...
– Sim, fico bastante sensibilizada. Algumas pessoas vivem situações muito complicadas e nesse sentido tento ajudar, encaminhando-as para as associações indicadas. Infelizmente, não consigo ajudar todos como gostaria, mas cada vez existem mais pessoas disponíveis para ajudar. Somos um povo que, mesmo em crise, está sempre disponível para ajudar.
– Grande parte do seu tempo é dedicado ao voluntariado?
– Sim. O meu grande trabalho é ajudar os que precisam e pedir ajuda ou encaminhar para quem o sabe fazer melhor que eu.
– Ter três filhos sensibiliza-a mais para este trabalho?
– Sem dúvida. Cada vez que olho para um bebé, numa questão de segundos que seja, recordo tudo o que vivi quando fui mãe.
– E não tem vontade de ser mãe de novo?
– Imenso. É uma tentação enorme, mas penso que agora temos que apoiar os que estão cá.
– Tenta incutir este espírito de solidariedade nos seus filhos?
– Sim. Os meus filhos acompanham-me sempre que podem e no colégio onde estudam, este tipo de atividades são promovidas frequentemente. Acredito que o voluntariado ou solidariedade devem fazer parte da nossa formação humana.
– Como será este Natal?
– Em família, como é habitual. Este ano, devido à crise e também porque eles já são mais velhos, combinámos dar apenas um presente, para o qual toda a família contribui. Até porque eles não precisam de tantas coisas assim.
– O Natal vai ser também o reencontro da família, já que o Afonso estuda em Londres...
– É verdade. O Afonso faz-nos muita falta e temos muitas saudades, mas todos sentimos que está a ser uma boa experiência para ele e fundamental para a sua formação. Depois, em Londres está mais protegido de mim, porque sou uma mãe-galinha assumida e, sem querer, acabo por protegê-los bastante. Assim ele torna-se mais auto-suficiente, mais responsável e capaz de resolver os seus problemas.
– Assusta-a pensar no dia em que os seus filhos sairão de casa?
– Assusta-me imenso, nem quero pensar. Mas temos de saber que chega uma altura em que eles batem asas e seguem o seu caminho. O mais importante é termos a noção de que, com erros e com acertos, tentámos dar a melhor formação para eles serem pessoas realizadas, seguras e bem formadas.
– A Francisca e o Dinis também deverão ir estudar fora do país?
Fonte: Caras