Primeiro de Dezembro, 2011, último ano como feriado nacional: à margem das comemorações oficiais um grupo de monárquicos decide evocar a data (ou o fim desta) reunindo num restaurante típico da capital.
Trata-se de uma nova geração monárquica que tem vindo a ganhar terreno nos últimos dois anos, à margem das reais associações e da aristocracia monárquica das “famílias tradicionais”, dos arrivistas e dos caçadores de títulos que acham que ser monárquico “é chique” e serve, essencialmente, para angariar contactos que lhe permitam aceder a um certo Jet 7, quiçá até a aparecer numa qualquer revista cor-de-rosa.
A nova geração de jovens monárquicos não se preocupa muito com discussões de teor político partidário. Socialistas, sociais-democratas, comunistas, verdes ou populares? Não vamos por aí, o problema é mais profundo: o regime (ou o sistema, dependendo do gosto de cada um). O sonho de um Portugal monárquico, onde o Rei surge como a impoluta figura que tem como principal missão o bem-estar e a protecção do Povo e da Pátria, “um povo livre com um Rei livre”, longe dos interesses obscuros e sectários que actualmente regem as direcções dos partidos que elegem primeiros-ministros e presidentes, que por mais independentes que se proclamem acabam sempre por ficar a dever o favor da nomeação como cabeça de lista, num caso, ou apoio à candidatura, no outro.
A organização foi fruto de uma iniciativa do fórum de juventude afecto ao Instituto da Democracia Portuguesa, uma aposta ganha dado que metade dos presentes era jovem, remetendo para uma interpretação mais literal a minha afirmação inicial de se tratar de “uma nova geração monárquica”, composta essencialmente de estudantes, alguns ainda no ensino secundário, e recém-licenciados. A normalidade é a norma, não fosse pela presença da bandeira monárquica adoptada em 1830, pensar-se-ia tratar-se de um qualquer convívio ou festa de aniversário, afinal, os monárquicos são pessoas normais, portugueses de gema.
O principal desafio? Contrapor o preconceito de que a Monarquia é algo datado, do passado, afinal: muitos países europeus são monarquias e, quanto muito, estão mais desenvolvidos que Portugal!
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