Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

D. AFONSO I

O filho de Henrique de Borgonha e de Teresa, bastarda de Afonso VI de Leão, nasce em Coimbra e passa a infância e a adolescência nas terras do Condado Portucalense, sendo educado por representantes de uma nobreza regional que, desde o reinado de Fernando Magno, se encontrava animada por um forte sentimento de autonomia em relação à monarquia leonesa.
É essa nobreza, apoiante e colaboradora da política separatista desenvolvida durante o governo do conde Henrique, que fará do jovem Afonso, armado cavaleiro aos treze anos na Catedral de Zamora, o elemento  congregador e legitimiador da sua rebelião contra o governo de Teresa, adepta de uma estratégia autonomista, envolvendo a aliança com os nobres galegos, os quais, progressivamente, ganharam no Condado um peso político considerado ameaçador.
Após a batalha de S. Mamede, contra os partidários da política galega, Afonso Henriques inicia o governo do Condado com o apoio imprescindível do partido portucalense, cujos elementos serão, no futuro, largamente recompensados.
O período de 1128 a 1138 é marcado pelas hostilidades contra o rei de Leão, Afonso VII, que tenta contrariar os projectos expansionistas e independentistas do primo e pela repressão de revoltas internas, como a protagonizada pelo nobre galego Bermudo Peres de Trava na beira.
A ocorrência de confrontos na fronteira islâmica obriga Afonso a abandonar a frente setrentional, pelo que assina um tratado de tréguas com Afonso VII (Paz de Tui», no qual promete obediência ao primo, que, desde 1135 se intitulava imperador de Espanha.
Em 1139, numa acção simultânea com o imperador, que empreende uma campanha pela fronteira de Toledo e conquista Oreja, Afonso alcança uma vitória sobre os mouros em Ourique, passando, a partir daí, a intitular-se rei de Portugal.
Contudo, os primeiros anos da década de 40 são ainda marcados por focos de instabilidade: lutas com Leão e incursões islâmicas.
Só com o Tratado de Zamora de 1143, pelo qual o imperador reconhece a realeza do primo, é que o primeiro rei de Portugal pode orientar a sua política de expansão territorial para sul, ao mesmo tempo que, declarando-se vassalo directo da Santa Sé, procurava o reconhecimento internacional do novo reino.
Nos dias de hoje, assinam-se tratados e mais tratados que nos fazem perder a autonomia e a independência, que nos obrigam a uma governação estranha, de duas pessoas que parecem morrer de amores, mas que, ao primeiro sinal de «perigo» se agridirão violentamente e farão com que sejamos nós, os países mais pequenos e quase sem autonomia ou independência, a sofrer as graves consequências do seu desentendimento.
E é neste ambiente europeu, governado pela parelha franco-alemã, a que alguns designam de eixo, que os nossos abençoados governantes exigem cada vez mais dos pobre fabiano, porque os senhores, no caso senhor e senhora, assim decidiram dever ser.
Algum português de bom senso pode ter confiança em semelhantes políticos e políticas impostas pelo tal eixo franco-alemão, que têm conduzido os portugueses à miséria?

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