O presidente do PPM/Açores, Paulo Estêvão, desafiou hoje o executivo regional socialista a agir judicialmente para obrigar a PT a resolver os problemas de acesso à Internet nas Flores e Corvo, frisando que “não basta mandar cartas”.
“O acesso à Internet é lentíssimo, sendo que, de forma pontual, chega a não ser sequer possível. Existem pessoas que estão a descarregar um ficheiro e, tal é a lentidão, que chegam a ir tomar café”, afirmou Paulo Estevão numa conferência de imprensa em Ponta Delgada.
O presidente do PPM/Açores anunciou que vai apresentar no parlamento regional um projeto de resolução para “instar o Governo da República a concretizar com urgência a extensão do cabo de fibra ótica ao Grupo Ocidental” e “recomendar ao Governo Regional a agir judicialmente”.
Paulo Estêvão, que é também líder nacional do PPM, frisou que “não basta mandar cartas”, numa alusão ao anuncio do secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, José Contente, de na segunda-feira ter enviado uma carta ao ministro da Economia questionando as razões para o atraso no início das obras de extensão do anel de fibra ótica às Flores e Corvo.
O líder monárquico defendeu que esta “não é uma forma séria de fazer política e de governar”, alegando que José Contente anunciou o envio da carta “um par de horas” depois do PPM ter marcado a conferencia de imprensa para hoje.
Segundo Paulo Estêvão, as dificuldades de acesso à Internet nas duas ilhas do Grupo Ocidental “está a afetar empresas e serviços públicos”, além de ser “um incumprimento legal por parte da PT, que contratualiza e cobra às populações um serviço que efetivamente não realiza”.
O dirigente do PPM manifestou, no entanto, estranheza por a capacidade da Internet “melhorar” nas Flores e no Corvo “quando chegam altos responsáveis políticos”.
“Chega o Presidente da República e o secretário regional da Economia e candidato a presidente do Governo Regional e aumenta a capacidade”, denunciou.
Nesta conferência de imprensa, Paulo Estevão anunciou ainda que vai apresentar um projeto de resolução no parlamento regional propondo ao executivo que “apoie financeiramente” a Misericórdia do Corvo para permitir a ampliação do Lar de Idosos, cuja capacidade “está esgotada”.
A situação tende a agravar-se, já que a população do Corvo “é a mais envelhecida dos Açores”.
Por outro lado, Paulo Estevão reafirmou que o PPM vai insistir na criação do ensino secundário nesta ilha, apresentando mais uma iniciativa parlamentar neste sentido.
“A partir de setembro o aumento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos passará a ter uma caráter prático. No Corvo, isso significa que todos os jovens que concluam o 9.º ano serão arrancados às suas famílias, na medida em que a escola local se encontra impedida de ministrar o ensino secundário”, frisou.
Fonte: Expresso
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