Macau sempre leal
De passagem entre Hong Kong e Timor-Leste, Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, Chefe da Casa Real Portuguesa, deslocou-se a Macau. Almoçou com amigos no Clube Militar, visitou o novo e o antigo do território, encontrou-se com D. José Lai, participou na missa e zarpou com destino a Díli. Uma presença breve, mas com uma forte mensagem: a Causa Monárquica está viva e Macau sempre leal.
O NÚMERO de simpatizantes da Causa Monárquica em Macau é difícil de aferir, mas na passada terça-feira a sala reservada para um almoço com o Chefe da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte Pio de Bragança, foi pequena para responder à procura de quem gostaria de conviver, ainda que por breves momentos, com o Herdeiro ao Trono de Portugal.
Ainda assim, foram trinta os «monárquicos» presentes, número superior à média de pessoas geralmente registada em ocasiões desta natureza, em Macau.
Após o almoço, Dom Duarte Pio, secundado pelos membros da direcção do Clube Militar, José Bráz-Gomes e Manuel Geraldes, assinou o livro de honra, recebeu a medalha comemorativa da fundação do Clube e toda a biblioteca referente à história da instituição.
Durante a tarde, o Duque de Bragança visitou o COTAI e as Ruínas de São Paulo, guiado pelas explicações do representante de Dom Duarte na Região Administrativa Especial de Macau, o ex-presidente do Instituto Politécnico de Macau, Luís Oliveira Dias.
Antes de participar na missa das 18 horas, celebrada na igreja da Sé Catedral, o «Monarca» apresentou ainda cumprimentos e trocou lembranças com D. José Lai, bispo de Macau, no Paço Episcopal.
No final da eucaristia, Dom Duarte Pio esteve alguns minutos à conversa com o Vigário Paroquial da Sé para a comunidade portuguesa, padre Domingos Soares, de nacionalidade timorense. De seguida, embarcou com destino a Hong Kong.
Visita a amigos
A’O CLARIM, Dom Duarte Pio disse estar no território «em visita a amigos», mas não deixou de escrutinar as possibilidades que Macau representa para Portugal, em termos económicos, financeiros e culturais.
«A China está a fazer um grande investimento em Portugal, pelo que tem todo o interesse que a economia portuguesa vença a crise. Daí – continuou – a importância de Portugal apostar em Macau, fazendo aqui entrar os seus produtos. E daqui vendê-los no interior da China», referiu, acrescentando que os portugueses de Macau, dado o número de portadores de Bilhete de Identidade, Cartão de Cidadão, ou passaporte português, têm todas as condições para fazer eleger um deputado para a Assembleia da República Portuguesa.
A breve passagem do Duque de Bragança pela RAEM deu-se no âmbito da visita que está efectuar a Timor-Leste.
No passado dia 8 de Junho, o Parlamento Nacional decidiu atribuir-lhe a cidadania timorense, não só pelo papel de mediador no conflito político-militar que opôs a Indonésia a Timor e Portugal, como também pela acção desenvolvida pela Fundação Dom Manuel II no País, em cooperação com a Bambu Foundation de Bali (Indonésia) e associações locais.
Presidida por Dom Duarte Pio, a Fundação Dom Manuel II, entre outros apoios, ajuda as dioceses de Díli e Baucau, tendo oferecido equipamento à Gráfica Diocesana de Baucau, e disponibilizou um espaço, em Lisboa, para a representação diplomática de Timor-Leste em Portugal.
COROA NO CONSULADO : 5 de Outubro de 2010
Na manhã do dia 5 de Outubro de 2010, os primeiros funcionários a chegar às instalações do Consulado-Geral de Portugal em Macau depararam-se com uma troca inesperada: a da bandeira da República Portuguesa, pela última versão da bandeira da Monarquia Portuguesa. O caso foi noticiado por vários Órgãos de Comunicação Social da RAEM, com eco em blogues de todo o mundo. O cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, Manuel Cansado de Carvalho, disse, quando questionado sobre o assunto, tratar-se de «um acto cobarde», prometendo averiguar o sucedido, em sede própria. Volvido um ano e quatro meses, desconhece-se o resultado da investigação levada a cabo pelo diplomata.
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