domingo, 4 de março de 2012

Amigos de Olivença pressionam Paulo Portas para “anular” recriação da Guerra das Laranjas

O Grupo dos Amigos de Olivença (GAO) voltou hoje a exigir do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, “todos os esforços diplomáticos” para procurar “anular” a comemoração, naquela localidade espanhola, da Guerra das Laranjas de 1801.

“O ministro deve fazer todos os esforços diplomáticos necessários para fazer anular esta tentativa de mega-representação de uma guerra que levou à perda de Olivença”, frisou o presidente do GAO, Fernando Castanhinha.

O responsável falava à Agência Lusa depois de uma delegação do GAO ter sido recebida, nesta sexta-feira de manhã, pelo grupo parlamentar do CDS-PP, na Assembleia da República. Segundo Fernando Castanhinha, a delegação reuniu-se com o deputado José Lino Ramos, vice-presidente da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros. 

“O deputado mostrou-se muito interessado na nossa exposição e, sobretudo, com o que transmitimos acerca do famigerado projecto do autarca de Olivença de comemorar a Guerra das Laranjas”, disse. 

O Ayuntamiento espanhol, liderado pelo PP, está a preparar uma recriação teatral, prevista para Junho, para comemorar a Guerra das Laranjas de 1801, quando Olivença, até então território português, foi anexada por Espanha. Esta questão até motivou, em Fevereiro, uma pergunta assinada por seis deputados do PS, enviada ao ministro Paulo Portas, em que pedem ao Governo para tentar impedir a iniciativa. 

Recordando que a anexação de Olivença “nunca foi reconhecida, nem por Portugal, nem internacionalmente”, o presidente do GAO mostrou-se esperançado em que deputado do CDS-PP sensibilize Paulo Portas sobre este assunto. “Já fomos recebidos por todos os partidos com representação no Parlamento e, hoje, o deputado do CDS-PP também se comprometeu a questionar o ministro, que é presidente do seu próprio partido”, afiançou. 

Fernando Castanhinha insistiu que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros deve “pronunciar-se acerca da inoportunidade desta mega-representação”. O “silêncio” do Estado português, assegurou, “seria visto, em Portugal e Espanha, como uma anuência, uma cedência e um acordo tácito em relação à reclamação espanhola”. 

“O GAO não está contra todas as comemorações de guerras e batalhas. Só que esta iniciativa levanta muita polémica dos dois lados do rio Guadiana, porque a questão de Olivença não está resolvida nos planos político e diplomático”, esclareceu.

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