Cerca de 400 fiéis participaram este domingo na procissão do Senhor dos Passos da Graça, que se realiza desde 1587, em Lisboa. O ponto alto da cerimónia decorreu quando a imagem de Jesus Cristo, com a cruz aos ombros, encontrou a imagem da sua Mãe.
“Nestes tempos de crise é preciso ter fé, é por isso que estou cá hoje”, diz Vera Braz, de 61 anos. No entanto, Vera, que reside em Lisboa, não hesita em comparar a procissão com anos anteriores. “Antigamente as pessoas tinham bandeiras, havia colchas nas janelas e os carros não podiam estar no largo. Nos últimos anos isso já não acontece e o evento tem tido menos pessoas a ver”, conta.
“Sou católica praticante e venho sempre à procissão. São tradições antigas que são muito importantes manter”, explica Emília Pereira, doméstica. “Mas hoje vim também ver a minha filha Mariana, é escuteira e está a participar”, confessa a mãe, de 39 anos.
Entre os participantes na procissão estavam elementos dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses e de Cascais, militares do Exército português e os escuteiros da Graça.
A Procissão do Senhor Jesus dos Passos nasceu quando o pintor Luís Alvares de Andrade teve autorização dos frades do Convento de Nossa Senhora da Graça, em Lisboa, para aí fundar uma confraria de devoção à Santa Cruz de Cristo. A Irmandade alcançou grande importância na cidade e, no século XVII, passou a chamar-se Irmandade de Vera Cruz e Passos de Cristo. Ontem cumpriu-se a tradição com a recitação do Santo Terço e a Procissão com a Imagem do Senhor dos Passos e da Nossa Senhora da Soledade pelas ruas da Graça.
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