Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

terça-feira, 17 de abril de 2012

É na Terra Não É na Lua

Foram perto de quatro anos. Cerca de dois a filmar, outros dois a editar. O resultado é uma espécie de gigante calmo, um documentário de 180 minutos, o tipo de experiência que cinematográfica que é mesmo isso: uma experiência. É esta a ilha do Corvo como Gonçalo Tocha a descobriu.
Esta rocha vulcânica contada ao mundo valeu a Gonçalo Tocha o grande prémio DocLisboa, uma menção honrosa no prestigiado festival de Locarno, e ainda bilhete de passagem por festivais de cinema um pouco por todo o mundo (Brasil – São Paulo e Rio de Janeiro; Madrid, Buenos Aires). Isto depois de o realizador já ter vencido o prémio para a melhor longa-metragem nacional, no IndieLisboa de 2007, com o seu primeiro filme, Balaou.
A ilha-mistério
Numa altura em que o cinema português anda a ser bem tratado “lá fora” – o tal “lá fora” que demasiadas vezes procuramos para nos legitimar – não deixa de ser curiosa a variedade de vozes no cinema nacional que se têm evidenciado (e estreado as suas obras em sala ou em circuitos alternativos) nas últimas semanas. É o cinema que já temos e a verdade é que em muitos casos temos um olhar para dentro, para Portugal e para as suas diversas facetas.
É na Terra Não É na Lua centra-se na pequena ilha do Corvo, um dos pontos mais altos do Oceano Atlântico, habitado por cerca de 400 pessoas. É este mundo pequeno e ao mesmo tempo tão cheio que Gonçalo Tocha descobriu, na companhia de Dídio Pestana (responsável pela som). Não é certamente filme para todos os gostos. Mas é o tipo de raridade que merece ser descoberta. Até para conhecermos um pouco mais sobre nós.

Sem comentários:

Enviar um comentário