O ministro dos
Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, lembrou a "irredutível amizade"
que o unia ao irmão,
"muito além das diferenças, mas também por elas", numa sessão evocativa a Miguel Portas.
Amigos e família evocaram hoje o eurodeputado e fundador do BE Miguel
Portas, o seu "romantismo" de "sonhador absolutamente
incorrigível", para quem a política servia "os de baixo", com
"honestidade radical", "suavidade e elegância".
A sessão evocativa arrancou com "traz outro amigo também" no
piano de Mário Laginha, numa tarde em que Miguel Portas foi lembrado por quase
todos, e nas suas diversas facetas, como um agregador: "Sabia construir os
denominadores que agregavam as nossas forças", afirmou o deputado
bloquista João Semedo. O vereador comunista em Lisboa Ruben de Carvalho
sublinhou que o tema foi "particularmente adequado", porque trazer
outro amigo "foi o que o Miguel fez toda a vida".
O jardim de inverno do Teatro São Luiz, em Lisboa, foi o local escolhido
pelo próprio para reunir os amigos e a família, num papel designado "para
o caso de isto correr mal", conforme recordou a eurodeputada do Bloco
Marisa Matias.
"Para ele, a política não era outra coisa senão as pessoas",
disse Marisa Matias, que o lembrou como "um sonhador absolutamente
incorrigível", numa ideia que João Semedo reforçaria ao afirmar que Miguel
Portas "combateu sempre pelos de baixo", que constituíam "o
impulso da sua iniciativa solidária e generosa".
"Honestidade radical"
O irmão, Paulo Portas, lembrou a "honestidade radical" de quem
viveu e morreu como "um combatente", mas sempre com "suavidade e
elegância", com um "admirável sorriso" que não largou "até
ao último momento".
O irmão de Miguel Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do
CDS-PP, evocou a "irredutível amizade" que os unia.
"Ambos dávamos ao outro não o preconceito sobre o que o outro
pensava, mas o benefício da dúvida sobre o que o outro queria. Adorávamo-nos
para além de todas as diferenças, eu diria até um pouco mais, adorávamo-nos
também por causa das nossas diferenças", contou.
"O que explica a nossa irredutível amizade é uma palavra chamada respeito. Respeito não como veneração formal mas como capacidade de renunciar a alguma coisa de nós próprios para conservarmos o essencial do outro e o essencial e do que o outro significa para nós", afirmou Paulo Portas.
"O que explica a nossa irredutível amizade é uma palavra chamada respeito. Respeito não como veneração formal mas como capacidade de renunciar a alguma coisa de nós próprios para conservarmos o essencial do outro e o essencial e do que o outro significa para nós", afirmou Paulo Portas.
O filho mais novo de Miguel Portas, Frederico, de 15 anos, lembrou o seu
"herói" pessoal, que "tornava utopias em realidade", a
"pessoa mais empenhada no trabalho" e "mais equilibrada"
que conheceu, que "era capaz de mudar de vida de um dia para o outro e
trazia sempre uma equipa atrás".
Curvo-me perante a memória de quem parte e a dor dos que ficam...
Vergo-me perante a "fúria do mar".
A minha homenagem...
Sem comentários:
Enviar um comentário