O ‘Banco do Minho’ (BM) foi instituído por carta de lei de 14 de Abril de 1864, com sede em Braga, e iniciou a sua actividade em Junho de 1865. O capital inicial foi de 600 contos de réis, elevado a 1200 contos de réis em 1918. O Banco do Minho nasceu na época do boom das remessas financeiras dos emigrantes no Brasil.
Sedeado inicialmente na R. de S. João, 15, em Braga, passou a ter sede própria, construída entre 1873 e 1877, na Rua do Teatro São Geraldo daquela cidade. Possuiu uma agência em Guimarães e filiais no Porto e em Lisboa.
Sede do Banco do Minho, em Braga Teatro de São Geraldo e Banco do Minho
Sucursal em Lisboa
Sucursal no Porto, na Av. dos Aliados
O ‘Banco do Minho’ viria a ter filiais também no Brasil, nos estados de S. Paulo, Rio de Janeiro,Santos, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Pará e Manaus, sendo a mais importante a de S.Paulo.
Anúncio de 1902 Anúncio de 1915Sobreviveu às crises do sector ocorridas no final do séc. XIX, aceitou à priori uma proposta de fusão com o ‘Banco Comercial de Braga’, do qual era credor, negócio que não se viria a concretizar, tendo aquele banco falido pouco depois.
Cheque do século XX
A partir de 1918, desenvolve uma estratégia de participação em empresas industriais, comerciais e financeiras. Entre as empresas não financeiras contam-se a ‘Companhia Fabril do Minho’, a ‘Companhia das Águas do Gerês’, a‘Companhia Metalúrgica do Norte’ e a ‘Perfumaria Confiança’. Foi accionista maioritário da Sociedade Bancária do Minho, criada em 24 de Maio de 1924, em S. Paulo, no Brasil, destinada a servir de agência local do banco e a ter actividade própria. Apesar de um início de actividade promissor, a situação financeira desta sociedade derrapou e acabou por ser liquidada em 1927.
Agência em S. Paulo, no Brasil
Podia-se ler num artigo de 1925: « (...) dedicando-se a operações bancárias de todo o género, cambiais e de ordens de Bolsa, possuindo na sede e nas filiais óptimas instalações de cofres fortes para alugar. O seu agente geral no Brasil a "Sociedade Bancária do Minho", na Rua da Quitanda, 117, e seus correspondentes em S. Paulo, os nossos prezados amigos Srs. Garcia da Silva & Cª., proprietários da "Loja do Japão", à Rua de S. Bento, tendo naquele grande país montado um serviço especial de cobrança de juros e dividendos, administração de propriedades, liquidação de heranças, etc.»
O ‘Banco do Minho’ juntamente com o ‘Banco Comercial do Porto’, ‘Banco Aliança’, ‘Banco Comercial de Braga’ e o ‘Banco União do Porto’, consegue autorização para emitir notas bancárias
Cédula de 2 Centavos
fotos in: Colecções Senador
Em 1926, algumas das empresas em que o ‘Banco do Minho’ tinha participação apresentam prejuízos e em 1927 os dividendos desta instituição são bastante reduzidos. A situação económica e financeira agravou-se nos anos seguintes. O ‘Banco do Minho’ não resiste à Grande Depressão de 1929 nos EUA, a par do ‘Banco Comercial do Porto’, ambos vítimas de uma corrida aos depósitos e da sua incapacidade de cobertura.
Em 21 de Outubro de 1930 é nomeada uma Comissão Administrativa para gerir o ‘Banco do Minho’. Na sequência do relatório desta comissão, datado de 14 de Abril de 1931, é decretada a liquidação do banco. A Comissão Liquidatária nomeada pelo Estado encerrou actividades em 31 de Dezembro de 1939. O ‘Banco do Minho’, durante a sua vida de 64 anos, que chegou a ser dos bancos mais importantes do país, contribuiu para fomentar e desenvolver o comércio, a indústria e a região. O seu encerramento, por colapso financeiro, acarretou prejuízos cuja dimensão verdadeira continua por estudar.
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