A
Comissão dos Assuntos Sociais e Saúde da Assembleia Municipal de Braga realizou
recentemente uma visita ao Centro de Acolhimento “O Poverello” da Fundação
Domus Fraternitas, localizado no caminho de Montariol em Braga, e que se
encontra em atividade desde Janeiro do corrente ano.
Os
membros da Comissão reconheceram a singularidade do trabalho ali desenvolvido,
considerando que na valência dos cuidados paliativos (com dez camas), «a
capacidade instalada não está de modo algum rentabilizada», pelo que «o número de
encaminhamentos poderá não estar a acompanhar as necessidades sociais e de
saúde», razão por que considera que, neste nível, «ainda se está longe de
alcançar o crescimento desejado».
A
deslocação teve como finalidade perceber o funcionamento daquela valência, conhecer
as instalações e a capacidade instalada, bem como saber se existem
constrangimentos ao seu pleno funcionamento. O acolhimento foi feito pelo
presidente da Fundação, Frei José Pereira das Neves, e pelo diretor técnico e
clínico, Vítor Coutinho, que também integra esta Comissão, que proporcionaram uma
visita guiada pelas três unidades que compõem esta valência: a unidade de
cuidados paliativos, com capacidade para 10 camas, a de média duração e reabilitação,
com 24 camas, e a de longa duração e manutenção, também com 24 camas.
“O
Poverello” está integrado na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Esta
rede é um nível de cuidados criado em 2006, como resposta às novas necessidades
sociais e de saúde decorrentes do aumento crescente da esperança de vida e o envelhecimento
da população, da prevalência continuada de situações de crónicas múltiplas, de
incapacidade, e de pessoas com doença incurável em estado avançado e em fase
final de vida.
O
acesso a esta rede é feito através da referenciação com origem num hospital,
através da equipa de gestão de altas, ou num centro de saúde, por via da equipa
coordenadora local, pois trata-se de uma instituição apoiada pelo Estado, com
respostas ajustadas aos diferentes grupos de dependentes e à evolução das
doenças e situações sociais, com vista a facilitar a autonomia e participação
dos destinatários.
«Estando
perante uma lógica de cuidados nova e diferente está-se também perante um
desafio, onde a avaliação da pessoa que carece de cuidados não poderá ser feita
numa lógica de doença, mas sim de funcionalidade, em que o doente seja a
preocupação central, tanto para as equipas como para os profissionais envolvidos»
defendem os membros desta Comissão, a qual vai fazer um relatório que levará à
próxima Assembleia Municipal.
A
este propósito, os deputados que integram a Comissão verificaram que a ação e a
dinâmica d’O Poverello assentam em três dimensões indissociáveis do ser humano,
a dimensão corporal, a dimensão psicossocial e a dimensão espiritual,
desenvolvendo «um trabalho multidisciplinar, que confere singularidade e
“carisma” a esta unidade em relação a outras similares».
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