Perante o conceito neo-liberal (ainda não sei o que quer dizer), que
"só é pobre quem quer", afinal quais os desígnios que nos apontam?
- Ser desempregado é uma nova oportunidade? Pois, se é, não encerrem as
"novas oportunidades", porque até poderiam ser úteis, além de
fornecerem diplomas e computadores gratuitos.
- Estado de (D)direito? Onde?
- Corrupção? Será que existe? Ou melhor, onde está a Justiça - se não
souberem, bastará desfolhar as páginas dos jornais diários. É sempre a mesma
coisa.
- Sabiam que Portugal, é o terceiro País da Europa, com maior número de
auto-emprego? Afinal, sempre acreditamos nas oportunidades da livre iniciativa.
Onde estão os resultados? O Estado absorve-os e esgota-os.
- Perante este quadro, como poderemos responder ao binómio: Desemprego -
nova oportunidade?
A resposta é extremamente difícil, pois caímos, num cenário de confusões
e contradicções que o próprio Estado criou, para evitar qualquer tipo de
resposta oriunda de iniciativas exteriores à partidocracia e exógenas aos seus
tentáculos. Assim, torna-se tudo muito mais fácil.
O que me preocupa mais? Sem dúvida o desemprego. Sem emprego, não há
economia.
Mas queria, acrescentar algo mais, que é de igual modo, um indicador de
futuro e que está a ser seriamente atacado - a perda das soberanias.
A desagregação das sociedades, baseada na decisão política da subida do
desemprego, conscientemente ou inconscientemente - não quero acreditar que
exista um propósito - terá graves consequências na nossa perda de soberania.
Todos os países que defenderem as suas soberanias, através dos seus
regimes, quer monárquicos ou republicanos, e que tenham mecanismos de defesa
constitucional, no âmbito de defesa às poliíticas de expansão europeistas,
serão alvos de ataques dos "mercados" baseados no conceito abstracto
das dívidas soberanas. Afinal, qual será o tipo de regime que nascerá neste
século XXI?
Quais serão os desígnios que nos estarão destinados, a nós, aos nossos
filhos e netos - isto é, se os nossos filhos terão esssa capacidade?
Será melhor ou pior?
O que nos será apresentado é uma incógnita e talvez neste momento, seja
apenas um breve exercício de retórica. Uma coisa temos a certeza, só um número
muito restrito de pessoas saberá a resposta - e este, é o grande problema.
O "segredo" de poucos , que exige medidas e mais medidas, não
se contentando com os sacrifícios dos contribuintes, tenderá óbviamente para
uma sociedade desagregada, para mais tarde poder impôr condições que
ultrapassam as próprias soberanias.
As sociedades estruturadas nos seus conceitos fundacionais, são um
grande obstáculo à progressão desmedida, de ideais obscuros que nos pretendem
conduzir a um destino que ainda há poucos anos, diziamos de despropositado e
iirrealista - pois, tinhamos esquecido que a própria globalização corria e
continua a correr ao sabor da inusitada velocidade da informação.
Será que os países que conhecemos irão desaparecer, em prol de ideal
totalitário de economia e mercados? Ou será mesmo política, pura e dura?
Poderá, efectivamente, existir esse risco, se as populações não souberem
convenientemente defender as suas próprias culturas fundacionais -
reside aqui, talvez a melhor defesa geracional - aprender com a nossa
história e salvaguardá-la - conhecer o passado, compreende-lo, amá-lo, na sua
forma de aprendizagem histórica, permirtir-nos-á, defender o presente
(agora) e dimensionar o futuro.
Não será obrigatório perder o País, para assumirmos um futuro integrado
de nações - uma federação, só será forte se as nações que a compõem forem
fortes e coesas. Por este simples facto - deculpem-me o atrevimento de o
apelidar de simples - cada País deverá ter a ousadia e a coragem de poder escolher
livremente o regime que melhor poderá defender a sua melhor coesão e soberania,
de forma a poder fazer parte integrante de um federalismo mais lato e forte
(embora, prefira sem dúvida laguma, o conceito de um federalismo baseado na
ideia original da Europa das Nações).
Para Portugal, defendo largamente, o regime monárquico, pois este é
fundacional, o que me dará mais garantias de podermos existir por mais uns
séculos como Nação.
Quero pensar, que Portugal será sempre um País soberano, por muitos e bons
anos.
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