Todos sabemos, nas famílias, nas empresas, nas associações e nos
Municípios, que os tempos estão difíceis e que muito do que gostaríamos de
fazer terá de ser adiado para melhores tempos, porque o dinheiro não abunda.
Muitas empresas do Ribatejo têm sido exemplo de esforço e empenho,
especialmente na vertente da internacionalização, alavancando o nosso sector
exportador, essencial para melhorarmos o crescimento económico do País e com
isso aumentar o emprego.
A Presidência da República decidiu assim fazer um périplo por alguns
destes exemplos no Ribatejo, e realizar uma visita nos próximos dias 6 e 7 de
Julho a algumas empresas. Assume desse modo a projeção do grande desígnio
promovido pelo anterior governo socialista, felizmente não abandonado, de
aumentar a competitividade, favorecendo as exportações, com especial ênfase nos
mercados extra-comunitários.
Mas esta visita está ensombrada pelo recente episódio de que os
vereadores da Câmara de Tomar foram informados numa última reunião: A
Presidência tem a intenção de usar o Convento de Cristo como palco para um
balanço no final da visita. Nada contra. O Convento de Cristo é propriedade do
Estado e a Presidência tem todo o direito de dispor deste para a sua atividade
constitucional. O que a Presidência já não tem o
direito, como o fez através do seu assessor David Justino, segundo o que o
Presidente da Câmara de Tomar informou, é de pedir que seja o Município de
Tomar a pagar o almoço de toda a comitiva.
A Presidência da República Portuguesa custa, a todos nós, 16
milhões de euros por ano, mais do que custa ao estado espanhol a respetiva casa
real (3,5 milhões), apesar desta representar um dos poucos fatores de unidade
do respetivo País. Acaso, quando recebe dignatários estrangeiros e os leva a
visitar o Mosteiro dos Jerónimos, a Presidência pede ao Município de Lisboa
para lhes pagar o Almoço? Claro que não. Então porque o quer fazer em Tomar?
Uma Presidência que gasta
mais de 44.000€ por dia, segundo o orçamento em vigor, ter a lata de vir cravar
o almoço a um Município é lamentável.
Luís Ferreira
(vereador do PS em Tomar)
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