sábado, 14 de julho de 2012

SAUDADE DE HENRIQUE BARRILARO RUAS

Faz hoje onze anos que faleceu Henrique Barrilaro Ruas.
Deixou-nos um Legado que temos que preservar. O seu Amor a Deus, à Pátria e ao Rei, foram a constante de uma vida vivida na defesa do um Ideário que as novas gerações têm que conhecer e cultivar.
Portugal precisa de um Escol, e Homens como Henrique Barrilaro Ruas fazem falta para o preparar.
Curvo-me perante a Sua Memória.

Henrique José Barrilaro Fernandes Ruas nasceu na Figueira da Foz, a 23 de Março de 1921. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, foi assistente da Faculdade de Letras de Lisboa e antigo Bolseiro do Instituto de Alta Cultura, da Fundação Gulbenkian e do Governo Francês.
Muito cedo entrou no plano das responsabilidades sociais, como Presidente do Centro Académico de Democracia Cristã (Coimbra, 1942-43) em Coimbra, foi um dos fundadores do Centro Nacional de Cultura, da revista de cultura monárquica Cidade Nova (Coimbra), e dos movimentos políticos Instituto António Sardinha e Renovação Portuguesa.
Participou na Causa Monárquica em diversos períodos, sob a direcção dos Secretários-Gerais Fernando de Sousa e Carlos Lopes Moreira e do Lugar-Tenente António de Sèves. Dirigiu um Círculo ou Centro de Estudos da Juventude Monárquica de Coimbra (ca. 1945/46) e foi director de Doutrinação e Propaganda (1955-57) e presidente da Comissão de Estudos Doutrinários (1966-68), vindo a demitir-se por discordar do conservadorismo exagerado da Causa, descrito em Âpendice do seu livro A Liberdade e o Rei.
Foi dirigente da Convergência Monárquica e Candidato a deputado pela lista oposicionista da Comissão Eleitoral Monárquica (1969). Foi membro do Conselho de Lugar-Tenência e do Conselho Privado do Duque de Bragança. No 3º Congresso da Oposição Democrática de Aveiro em 1973 (designação que, a seu pedido, substitui o de Congresso da Oposição Republicana) defendeu o urgente derrube do regime para que "os povos do Ultramar sejam senhores dos seus próprios destinos".
Após o 25 de Abril de 1974, integrou o PPM sendo dirigente e deputado à Assembleia da República (1979-83).

« Durante a I República, os monárquicos queriam restaurar a Monarquia contra o Governo. Na II República, a maioria pretendia a Monarquia através do Governo. Nesta III República, a posição dos monárquicos, pelo menos a dos mais significativos, que são os que aparecem agrupados em instituições, em forças políticas, é completamente diferente: defendemos que a Monarquia deve ser restaurada, ou instaurada, quando e da forma que o Povo Português quiser.
Mas a partir de 1974 foi visível, creio que cada vez mais visível, a degenerescência da República. Durante o consulado de Salazar ela mantivera-se com a estabilidade que todos conhecemos, e de certo modo lhe censurámos, que era uma estabilidade artificial, mas que lhe dava uma certa respeitabilidade. Depois do 25 de Abril voltou-se em grande parte à I República, à balbúrdia, não tão sanguinolenta, mas sem deixar de ter aspectos de violência – não podemos fechar os olhos ao que se passou no Ultramar. Mesmo na Metrópole, a existência de formas larvadas de violência, de ódios de classe, é qualquer coisa de muito forte, e a própria intriga palaciana dentro e fora dos partidos, à volta dos Governos, em torno dos Presidentes, constituem outros tantos argumentos a favor da Monarquia. Quer dizer, a República está a afundar-se. É um espectáculo deprimente, degradante. É preciso encontrar uma forma de equilíbrio que só pode estar para além do próprio jogo dos interesses em presença, quer económicos quer outros.
Contudo, penso que o facto de as características desta III República serem muito diferentes não nos deve deixar esquecer que o principal para a Restauração da Monarquia é a reforma da mentalidade. Sem uma verdadeira e profunda reforma não faz sentido instaurar a Monarquia, pois as diversas reformas do Estado perdem-se, e hoje é muito fácil destruir num dia o que se construiu na véspera. Portanto, sem uma reforma profunda da atitude mental das populações é muito pouco valiosa qualquer reforma estrutural
Henrique Barrilaro Ruas, Portugueses. 
Henrique Barrilaro Ruas de perfil à sua esquerda, Rolão Preto de costas, Mário Saraiva à sua direita e Frederico de Sá Perry Vidal de pé, num almoço na Quinta de Águia de Pina, em Santarém, no qual se discutiram os pormenores do lançamento do movimento da Renovação Portuguesa.

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