Faz hoje onze anos que faleceu Henrique Barrilaro Ruas.
Deixou-nos um Legado que temos que preservar. O seu Amor a Deus, à
Pátria e ao Rei, foram a constante de uma vida vivida na defesa do um Ideário
que as novas gerações têm que conhecer e cultivar.
Portugal precisa de um Escol, e Homens como Henrique Barrilaro Ruas
fazem falta para o preparar.
Curvo-me perante a Sua Memória.
Henrique José Barrilaro Fernandes Ruas nasceu na Figueira da Foz, a 23
de Março de 1921. Licenciado em Ciências
Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, foi
assistente da Faculdade de Letras de Lisboa e antigo Bolseiro do Instituto de
Alta Cultura, da Fundação Gulbenkian e do Governo Francês.
Muito cedo entrou no plano das responsabilidades sociais, como Presidente
do Centro Académico de Democracia Cristã (Coimbra, 1942-43) em Coimbra, foi um
dos fundadores do Centro Nacional de Cultura, da revista de cultura monárquica
Cidade Nova (Coimbra), e dos movimentos políticos Instituto António Sardinha e
Renovação Portuguesa.
Participou na Causa Monárquica em diversos períodos, sob a direcção dos
Secretários-Gerais Fernando de Sousa e Carlos Lopes Moreira e do Lugar-Tenente
António de Sèves. Dirigiu um Círculo ou Centro de Estudos da Juventude
Monárquica de Coimbra (ca. 1945/46) e foi director de Doutrinação e
Propaganda (1955-57) e presidente da Comissão de Estudos Doutrinários
(1966-68), vindo a demitir-se por discordar do conservadorismo exagerado da
Causa, descrito em Âpendice do seu livro A Liberdade e o Rei.
Foi dirigente da Convergência Monárquica e Candidato a deputado pela
lista oposicionista da Comissão Eleitoral Monárquica (1969). Foi membro do
Conselho de Lugar-Tenência e do Conselho Privado do Duque de Bragança. No 3º
Congresso da Oposição Democrática de Aveiro em 1973 (designação que, a seu
pedido, substitui o de Congresso da Oposição Republicana) defendeu o urgente
derrube do regime para que "os povos do Ultramar sejam senhores dos seus
próprios destinos".
Após o 25 de Abril de 1974, integrou o PPM sendo dirigente e deputado à
Assembleia da República (1979-83).
« Durante a I República, os
monárquicos queriam restaurar a Monarquia contra o Governo. Na II República, a
maioria pretendia a Monarquia através do Governo. Nesta III República, a
posição dos monárquicos, pelo menos a dos mais significativos, que são os que
aparecem agrupados em instituições, em forças políticas, é completamente diferente:
defendemos que a Monarquia deve ser restaurada, ou instaurada, quando e da
forma que o Povo Português quiser.
Mas a partir de 1974 foi visível,
creio que cada vez mais visível, a degenerescência da República. Durante o
consulado de Salazar ela mantivera-se com a estabilidade que todos conhecemos,
e de certo modo lhe censurámos, que era uma estabilidade artificial, mas que
lhe dava uma certa respeitabilidade. Depois do 25 de Abril voltou-se em grande
parte à I República, à balbúrdia, não tão sanguinolenta, mas sem deixar de ter
aspectos de violência – não podemos fechar os olhos ao que se passou no
Ultramar. Mesmo na Metrópole, a existência de formas larvadas de violência, de
ódios de classe, é qualquer coisa de muito forte, e a própria intriga palaciana
dentro e fora dos partidos, à volta dos Governos, em torno dos Presidentes,
constituem outros tantos argumentos a favor da Monarquia. Quer dizer, a
República está a afundar-se. É um espectáculo deprimente, degradante. É preciso
encontrar uma forma de equilíbrio que só pode estar para além do próprio jogo
dos interesses em presença, quer económicos quer outros.
Contudo, penso que o facto de as
características desta III República serem muito diferentes não nos deve deixar
esquecer que o principal para a Restauração da Monarquia é a reforma da
mentalidade. Sem uma verdadeira e profunda reforma não faz sentido instaurar a
Monarquia, pois as diversas reformas do Estado perdem-se, e hoje é muito fácil
destruir num dia o que se construiu na véspera. Portanto, sem uma reforma
profunda da atitude mental das populações é muito pouco valiosa qualquer
reforma estrutural.»
Henrique Barrilaro Ruas,
Portugueses.
Henrique Barrilaro Ruas de perfil à sua esquerda, Rolão Preto de
costas, Mário Saraiva à sua direita e Frederico de Sá Perry Vidal de
pé, num almoço na Quinta de Águia de Pina, em Santarém, no qual se discutiram
os pormenores do lançamento do movimento da Renovação Portuguesa.
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