Empresário investigado por corrupção garante ao JN que recebeu ordens da
MAN Portugal para pagar comissões em vendas de autocarros
MANDARAM PAGAR LUVAS
“Não roubei, nem corrompi. Apenas cumpri ordens da MAN-Portugal”. É
assim que o ex-proprietário da MAN-Braga, Abílio Costa, se defende da imputação
de ter pago “luvas” pela venda de veículos aos TUB.
Em declarações ao JN, o empresário investigado pela Polícia Judiciária
de Braga – a par dos administradores dos Transportes Urbanos de Braga (TUB),
Vítor Sousa e Cândida Serapicos – garante que está a colaborar com as
autoridades. Inclusive entregou documentos. “Não tenho medo nem vou fugir”,
assegura.
Abílio Costa – que, aos 62 anos, luta contra doença prolongada, mantendo-se
a maior parte do tempo na casa onde foi alvo de buscas a 3 de Julho – garante
que nada pagou de sua iniciativa. “Se houve alguma coisa, as pessoas envolvidas
que assumam as suas responsabilidades como eu assumo as minhas”, afirma,
sublinhando ser “homem honrado”, apesar de arguido no processo. Isto é,
sublinha que, ao fazer pagamentos “por fora”, só cumpriu indicações da MAN
Portugal.
Sobre a existência de um dossiê com cópias de cheques (428 mil euros no
total) alegadamente pagos pela sua empresa a Vítor Sousa (também líder do PS de
Braga) e Cândida Serapicos, o empresário garante que nada tem contra estes
administradores dos TUB. “Não fui o autor da denúncia anónima”, afirma.
O relatório na posse das autoridades refere também a existência de um
terceiro beneficiário de comissões. Correu, inclusivamente, o rumor de que
Abílio seria essa figura. O próprio desmente.
“Nada recebi, para além das comissões contratuais que constam da
contabilidade”.
De resto , o ex-dono da MAN-Braga (entretanto declarada falida), considera-se
“vítima” de “prepotência” da MAN Portugal, que lhe retirou a concessão para o
Minho, após 25 anos de relações comerciais, em que foi o melhor revendedor em
todo o país.
Neste contexto, Abílio Costa – que pretende, para já, resguardar a sua imagem
– desvendou, através de advogado, no Tribunal de Comércio de Gaia (onde viria a
ser declarada insolvência), um alegado esquema de luvas praticado na empresa.
Esta prática envolveria mais negócios e ainda comissões pagas a agora ex-administradores
da MAN-Portugal.
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