Foram chamados para coadjuvar
ministros e secretários de Estado tendo menos de 30 anos. Uns chegaram ali por
contactos partidários, outros pessoais e também existem os que foram chamados
devido a um já invejável currículo.
Quando chegou ao poder, Pedro Passos Coelho prometeu ser contido nas
nomeações. E as que tivesse de fazer, seriam por mérito. Com um ano de Governo,
a realidade mostra que nuns casos se confirma o mérito. Carlos Vaz de Almeida
ainda está longe dos 30 anos, mas é visto como perito em administração pública
e parcerias público-privadas, dossier que trata agora nas Finanças. E que já
eram o seu trabalho no poderoso escritório de advogados Uria/Menendez. Sem
ligações ao PSD ou ao CDS. No entanto, noutras nomeações parecem ter pesado
critérios diversos, nomeadamente ligações ao PSD, JSD ou CDS. Entre as 41
detectadas, o PÚBLICO contabilizou 15 nessa situação.
Jorge Garcez Nogueira tinha 29 anos quando foi chamado para o gabinete
de Miguel Macedo no Ministério da Administração Interna. Antes já passara pela
Câmara do Fundão como vereador. No Fundão liderou a JSD local. Um cargo igual
ao de Monteiro Marques, líder da JSD de Braga, cidade de onde é natural o
ministro Miguel Macedo. O cargo de assessor não é novidade para este dirigente
da JSD, que chegou a trabalhar em Bruxelas.
No gabinete do secretário de Estado adjunto do ministro adjunto e dos
Assuntos Parlamentares está o presidente do PSD de Peniche, Ademar Vala
Marques. No mesmo gabinete, é adjunto Ricardo Bastos Sousa, que tinha 30 anos
quando assumiu o cargo. Bastos Sousa passou pelo Conselho Nacional de
Jurisdição da JSD. Também o secretário de Estado do Desporto e da Juventude foi
buscar André Pardal à JSD. Pardal esteve na presidência da Associação Académica
da Universidade de Lisboa, no Conselho Nacional da Juventude e no Conselho da
Europa para a Juventude.
Na equipa do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento
Rural, do ministério da centrista Assunção Cristas, está a especialista Joana
Malheiro Novo, que com 25 anos chegou ao Governo e ao conselho nacional do CDS.
A lista continua com João Annes, que, aos 28 anos, se juntou à equipa do
secretário de Estado da Defesa Nacional. Além de ser presidente da Associação
de Jovens Auditores da Defesa Nacional, é dirigente do PSD de Oeiras. Nas
últimas legislativas foi coordenador da campanha da juventude de Passos Coelho.
Depois temos os casos dos que deixam de ser ainda antes de conseguirem
sequer aquecer o posto. Caso de Tiago Sá Carneiro, que esteve no gabinete do
ministro da Educação, Nuno Crato. O seu currículo incluía a presidência da
Associação Académica de Trás-os-Montes e o posto de secretário-geral adjunto da
JSD. Acabou por sair quando se percebeu que a sua verdadeira qualificação não
era a apresentada: a de engenheiro. Ainda assim, o partido resgatou o
sobrinho-neto do fundador e presidente Sá Carneiro para assessor do actual
secretário-geral, Matos Rosa.
que pouca vergonha.. ainda querem que sejamos crediveis la fora..
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