"O regabofe já vem de longe! É ler este artigo da Revista Grande Reportagem
de Janeiro de 1993, quando o primeiro-ministro, Cavaco Silva, o "pai do
monstro", era primeiro-ministro. Foi a partir desse tempo, mais
propriamente de 1986, quando aqui chegavam todos os dias milhões da então
C.E.E, foram desviados do fim a que se destinavam, que começou o regabofe, com
a distribuição de chorudos tachos aos amigos e comparsas, a distribuição de milhares
aos dez por cento dos agricultores mais ricos e abstencionistas, para não
cultivarem Foi o tempo do aniquilamento da agricultura e das pescas, da
oportunidade perdida! Desses dez anos de "cavaquismo", estamos hoje a
colher os frutos amargos envoltos em muitos espinhos!!! O caso BPN é um paradigma,
entre tantos outros, do que foram esses tempos de "vacas gordas", que
criou as grandes desigualdades sociais da nossa sociedade!... Os seus
beneficiários andam por aí, são conhecidos e estão todos muito bem na vida, ao
contrário do povo português, que está na ruína...É o espírito do liberalismo
económico!
É urgente que haja um consenso alargado na Assembleia da República, para
acabar com este espírito oportunista, imoral, sem princípios de ordem moral e
ética, de muitos políticos da nossa praça, que apenas fazem dela uma carreira
em proveito próprio e não com espírito de servir, como seria desejável e devia
acontecer. Antes que "salte a tampa", os deputados de todos os
partidos que gravitam em torno do poder mas também os que estão sempre no
contra, com tanta pena têm dos trabalhadores, dos pobres, mas, que porque
também lhes toca, não são capazes de levantar a voz contra os
"tachos", as acumulações de salários, por vezes milionários, imorais,
além de outras mordomia, para que haja uma justiça diferente em que os
"ladrões de colarinho banco" prestem contas à sociedade pelos seus
crimes e sejam reavidos os milhões escondidos em offshores, o que nos pouparia
de tantos sacrifícios como aqueles que estamos a passar.
Se hoje os portugueses estão pior do que há um ano, também o devem a esses
senhores que, afinal, não passam de uns "burgueses"...
Julgo não ter memória curta mas, apesar disso, gosto de guardar estas revistas
e revisitá-las de vez em quando, para que não nos esqueçamos de quem nos
(des)governou e nos conduziu ao descalabro.
Artigo da Revista Grande Reportagem em Janeiro de 1993
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