Javier Moro nasceu em Madrid em 1955. Desde jovem colabora com meios de
comunicação espanhóis e estrangeiros. Trabalhou como investigador em vários
livros de Dominique Lapierre e Larry Collins. Viveu 6 anos nos EUA, onde se
envolveu em projectos de televisão e cinema e coloborou com Ridley Scott. É
autor de Senderos de Libertad, El pie de Jaipur, Las montañas de Buda e, em
2001, Era medianoche en Bhopal, em colaboração com Dominique Lapierre. Uma
Paixão Indiana, a história da bailarina espanhola que casou com o Maharajá de
Kapurthala, foi um dos grandes êxitos de crítica e venda dos últimos anos em
Espanha e em vários outros países europeus, com tradução em dezassete idiomas,
e que em breve será adaptado para cinema. [wook.pt]
Moro: «A intelectualidade brasileira
não aceita o meu livro porque é muito nacionalista»
Porque escreve um espanhol sobre um rei português que foi Imperador do Brasil?
Para ganhar o Prémio Nadal 2011, um dos principais prémios literários de
Espanha. Com «D. Pedro O Rei Imperador – O Império És Tu», editado pela
Planeta, Javier Moro alcançou um novo êxito na sua carreira, mas também
provocou muitas polémicas, já que a esquerda brasileira considera o livro «uma
nova forma de neo-colonialismo de Espanha».
Laurentino
Gomes («1808» e «1822») e Iza Salles («O Coração do Rei») foram apenas dois dos
nomes de intelectuais brasileiros que atacaram Javier Moro, com o primeiro a
considerar a obra deo espanhol «uma nova forma de neo-colonialismo de Espanha».
«Isto é
ridículo! Dá para entender afirmações desta índole? Só vejo três maneiras de
analisar estas declarações: são pensamentos nacionalistas, inveja ou medo por o
seu «jardim» estar a ser invadido por um estrangeiro. A história não pertence a
ninguém, é de quem a estuda, trabalha. Por exemplo, os principais historiadores
da História espanhola são ingleses. E isso não nos choca. No entanto, os
brasileiros não aceitam isso, ainda mais agora que atravessam um bom momento
económico. São soberbos, arrogantes, mas esquecem as misérias do país: a
violência, a desflorestação da Amazónia, a reforma agrária, que não ocorre como
deve ocorrer… A verdade é que os intelectuais brasileiros são muito
nacionalistas. Um bom exemplo disso é o próprio lugar de D. Pedro I (D. Pedro
IV em Portugal) na História do Brasil», afirma Javier Moro, que não esconde a
sua indignação pelo modo como foi tratado por alguns intelectuais brasileiros.
«Por ele ser português e ter regressado ao seu país para salvar a Monarquia
portuguesa contra o ataque do seu irmão, nunca teve o lugar que merece no
Brasil, apesar de ter sido D. Pedro o responsável pela Independência do país».
O ataque da
esquerda intelectual brasileira é compensado pelas palavras dos leitores
brasileiros, que, através do Facebook, agradecem diariamente o espanhol.
«Agradecem principalmente por ter mostrado um outro D. Pedro I, um
Rei-Imperador mais humano».
Para
encontrar esse «Rei-Imperador mais humano» Moro garante que leu tudo o que
tinha a ler sobre D. Pedro IV e a sua família durante um ano e meio, tendo
inclusive falado com psicólogos para entender certas decisões e atitudes dos
seus membros. «Era fundamental interiorizar a época e os seus protagonistas.»
Boa tarde caro Manuel,
ResponderEliminarDesculpe a minha ignorância mas sempre é verdade que os espanhóis em 1830 pediram a D. Pedro IV que ocupasse o trono de Espanha?
Alguém me consegue responder?
Muito agradecido,
João Ribeiro