segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Estacionamento ilegal põe em risco tesouros do Museu de Arte Antiga



Especificamente é o funcionamento e a segurança do Museu que está em causa, globalmente é a imagem Internacional de Lisboa e o prestigio de Portugal, da sua Arte e História que estão em causa.
António Sérgio Rosa de Carvalho.
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Estacionamento ilegal põe em risco tesouros do Museu de Arte Antiga
Carros dos bombeiros não conseguem chegar à entrada principal do edifício da Rua das Janelas Verdes. Há dois anos que o director do museu anda a pedir à Câmara de Lisboa para resolver problema.

O estacionamento selvagem no largo onde se situa a entrada principal do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, põe em risco as obras de arte ali existentes, por impedir o acesso dos carros de bombeiros. O alerta é do director da instituição, António Pimentel, que explica que o problema já se pôs no Verão passado, embora sem consequências graves.

Quando, no Verão passado, ardeu a barraca do sem-abrigo que toma conta do estacionamento, junto a uma das paredes do museu, os veículos dos Sapadores não conseguiram passar. O fogo teve de ser apagado recorrendo aos extintores do museu. O problema foi levado à reunião da Câmara de Lisboa esta quarta-feira pela vereadora do PSD Mafalda Magalhães de Barros, que contou que os autarcas responsáveis pelos diferentes pelouros envolvidos na questão - Trânsito, Espaço Público e Cultura - deixaram a certa altura de atender os telefonemas de António Pimentel a queixar-se.

"Evidentemente que o museu está em risco", diz o director. "E todo o seu acervo também. É preciso não esquecer que se encontra dentro destas quatro paredes a maior percentagem de obras classificadas como tesouro nacional".

São apenas 24 os lugares de estacionamento em redor do Jardim 9 de Abril, junto à Rua das Janelas Verdes. Mas isso não impede muitas dezenas de automobilistas de ocuparem todos os dias - e noites também - o largo fronteiro ao museu, passeios incluídos. É verdade que existe outra porta de entrada para o museu, nas traseiras, mas dá para um jardim e não permite o acesso a todo o edifício.

Falta de salubridade

O Partido Popular Monárquico (PPM) fez aprovar recentemente na Assembleia Municipal de Lisboa uma recomendação no sentido de a câmara reorganizar o parque de estacionamento e manter a limpeza nas suas imediações. A par do problema de segurança é preciso também resolver a questão da falta de salubridade à entrada do palácio que alberga o museu, explica António Pimentel: "O sem-abrigo faz dejectos junto às paredes do museu. É uma situação indecorosa que dá uma imagem degradante da instituição. No Verão é insuportável estar na escada de entrada, por causa do odor". 

A recomendação do PPM menciona ainda a existência de ladrões "que se escondem por trás da vegetação desmesurada" do jardim e assaltam os turistas.

O alerta de Mafalda Magalhães de Barros parece, entretanto, ter servido de alguma coisa. "Irei hoje mesmo pedir ao Regimento de Sapadores Bombeiros uma verificação das condições de segurança do museu", declarou, ainda na reunião de câmara, o vereador Manuel Brito. A vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, também já se mostrou interessada em resolver o assunto, estando agendado para o mês que vem um almoço informal do presidente da câmara, António Costa, no museu. 

Além de reivindicar o fim do estacionamento selvagem, o director do museu pretende ainda que seja autorizada a criação de uma paragem para autocarros turísticos na Avenida 24 de Julho, o mais próxima possível da escadaria que desemboca no largo hoje pejado de automóveis. Essa paragem serviria os terminais de cruzeiro de Santa Apolónia e Alcântara, nos quais desembarca uma apetecível clientela para equipamentos culturais deste nível. Segundo a moção do PPM, existe há mais de dois anos um pedido no departamento de mobilidade da câmara nesse sentido. 

Há dois anos dura também a luta do director do museu contra o estacionamento selvagem - até hoje, sem qualquer resultado

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