Mohammed Zahir Xá (Cabul, 16 de
outubro de 1914 —
Cabul, 23 de julho de 2007)
foi o segundo rei (Xá) do Afeganistão, sucedendo a seu pai Nadir Xá.
Nascido
em Cabul em 1914,
Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato
do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum, e membro do clã Durani,
um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois
de manter o país neutro durante a Segunda
Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade,
estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros
para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe
orquestrado pelo próprio primo, Mohammad
Daoud, ministro da Defesa, que
não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente,
instaurando a República.
Zahir
foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e
relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois
do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância
os períodos mais violentos da história recente de seu país — o confronto entre
facções e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a
tomada do poder pela milícia Talibã e a invasão americana depois do 11 de Setembro. Em 1991, um português
convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou
assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os Talibãs fora do poder,
Zahir voltou ao país para participar de uma reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o
título de pai da nação afegã.
O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no
antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção
fiscal.
O
ex-monarca faleceu em seu palácio da capital
afegã, informou Karzai em entrevista
coletiva, na qual declarou três dias de luto nacional durante os quais as
bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram hasteadas a meio mastro.
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