Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

sábado, 30 de março de 2013

Voltou a boa moeda igual a si próprio; por Pedro Santana Lopes


A "boa moeda." Criaram-no, agora aturem-no. Gostam, alguns, muito de dizer que José Sócrates foi lançado para Primeiro-Ministro nos debates que mantivemos, em 2002 e 2003. Percebo a ideia, mas não foi. Sócrates ganhou e "reinou" porque viveu em lua de mel com muitos centros de poder em Portugal.
Muitos, a começar pelo próprio Presidente da República – mas não só – andaram embevecidos com José Sócrates, nos primeiros anos da sua governação. Agora já odeiam, não gostam ou estão afastados. Pois, mas andaram com o "menino de oiro" "ao colo".
A Vida, muitas vezes, é assim. Durante anos, ele usou comigo e com o meu Governo a manipulação em que é exímio e a que recorreu, abundantemente, na quarta-feira à noite na RTP. A começar pela burla do tal défice de 6,83% em 2005 que é dele e de mais ninguém.
Na altura, quase todos colaboraram com essa impostorice. O silêncio de Seguro em relação a Sócrates, tive-o eu de Marques Mendes, quando me sucedeu na liderança do PSD.
Agora, muitos mais se irritam com as engenhosas construções do ex-Primeiro-Ministro? Custou ouvi-lo a falar de deslealdades quando foi o primeiro a romper a solidariedade institucional? Pois é! Pois não é agradável...
Anteontem, Cavaco Silva, Teixeira dos Santos, Passos Coelho, Manuela Ferreira Leite, António José Seguro, António Costa, entre outros, por diferentes razões, terão experimentado – em maior ou menor grau, consoante os casos – uma sensação muito desagradável.
Eu conheço a sensação. Sei o que se sente quando apetece estar lá na vez de quem tem José Sócrates pela frente para o desmentir e dizer a verdade. Pois! É que, se não for na hora, já não é igual. E a mensagem passa até porque é repetida muitas vezes.
Não disse verdades? Disse, algumas e uma ou duas significativas. E disse-as com força e com desassombro, igual a si próprio. Eu sempre lhe reconheci qualidades, nunca o menosprezei. Mas nunca estive do lado dele, nunca o apoiei, sempre o combati. A diferença é essa.
Porreiro, pá!
cm

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