A "boa moeda." Criaram-no, agora aturem-no. Gostam, alguns,
muito de dizer que José Sócrates foi lançado para Primeiro-Ministro nos debates
que mantivemos, em 2002 e 2003. Percebo a ideia, mas não foi. Sócrates ganhou e
"reinou" porque viveu em lua de mel com muitos centros de poder em
Portugal.
Muitos, a começar pelo próprio Presidente da República – mas não só –
andaram embevecidos com José Sócrates, nos primeiros anos da sua governação.
Agora já odeiam, não gostam ou estão afastados. Pois, mas andaram com o
"menino de oiro" "ao colo".
A Vida, muitas vezes, é
assim. Durante anos, ele usou comigo e com o meu Governo a manipulação em que é
exímio e a que recorreu, abundantemente, na quarta-feira à noite na RTP. A
começar pela burla do tal défice de 6,83% em 2005 que é dele e de mais ninguém.
Na altura, quase todos
colaboraram com essa impostorice. O silêncio de Seguro em relação a Sócrates,
tive-o eu de Marques Mendes, quando me sucedeu na liderança do PSD.
Agora, muitos mais se
irritam com as engenhosas construções do ex-Primeiro-Ministro? Custou ouvi-lo a
falar de deslealdades quando foi o primeiro a romper a solidariedade
institucional? Pois é! Pois não é agradável...
Anteontem, Cavaco Silva,
Teixeira dos Santos, Passos Coelho, Manuela Ferreira Leite, António José
Seguro, António Costa, entre outros, por diferentes razões, terão experimentado
– em maior ou menor grau, consoante os casos – uma sensação muito desagradável.
Eu conheço a sensação.
Sei o que se sente quando apetece estar lá na vez de quem tem José Sócrates
pela frente para o desmentir e dizer a verdade. Pois! É que, se não for na
hora, já não é igual. E a mensagem passa até porque é repetida muitas vezes.
Não disse verdades?
Disse, algumas e uma ou duas significativas. E disse-as com força e com
desassombro, igual a si próprio. Eu sempre lhe reconheci qualidades, nunca o
menosprezei. Mas nunca estive do lado dele, nunca o apoiei, sempre o combati. A
diferença é essa.
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