“Depois de fugir o coelho, toma o
vilão o conselho”. Este conhecido provérbio, ainda hoje usado pela gente do
Interior, equivale a um outro ainda mais generalizado - “Casa Arrombada Trancas
à Porta” E os seus significados são bem lapidares. Pessoas existem, de tal
imprudência e arrogância balofa, que não se deixam convencer por palavras, só
se rendendo aos fatos consumados. Isto é, com a sua obstinação, vão causar
altíssimos prejuízos e sofrimentos que poderiam ter sido facilmente evitados.
Ora, como todos sabemos, andam por aí uns “lapus cuniculus” de rabo alçado a
desgovernar o País e que não ouvem ninguém, nem aceitam as recomendações até de
gente da mesma cor politica. Na verdade, a sua teimosia é do tamanho das próprias
orelhas. Perante esta situação, quando a “coelheira” desistir, por falta de
meios e de credores que abram os cordões às bolsas, teremos nós, as inocentes vítimas,
batido fragorosamente no fundo.
Entretanto, os responsáveis, candidamente desenfiam-se para outras
paragens, com dinheiro amealhado apesar da crise, e vão gozar os rendimentos
para outros países. É o costume…! E o pobre Povo que nós somos ficará ainda
mais órfão e mais desamparado.
Temos tido manifestações várias de rua, de quadrantes políticos e
sociais diversos. Mas tirando a vertente folclórica, nada adiantam para a
resolução dos problemas, perante as orelhas moucas a quem as mesmas se
destinam. Basta olhar para o panorama político português.
Se por um lado as previsões governamentais saem sempre furadas, matando
a esperança da colectividade que tem estado aberta aos sacrifícios impostos, por
outro lado, até agora ninguém veio trazer soluções alternativas credíveis, a
não ser frases feitas que já todos conhecemos. Não basta a austeridade, é
necessário o crescimento e a expansão da nossa economia, bem como a criação de
emprego, declara solenemente a oposição. Pois é, mas tal verdade de La Palisse sabemos todos nós.
O que pretendemos saber é quais as artes que usarão para motivar tal
crescimento. Como farão tal? Aí as pitonisas partidárias calam-se como múmias paralíticas,
permanecendo completamente mudas e, logicamente, nada farão para inverter o
curso dos acontecimentos. Assim, se ganharem as próximas eleições, saberemos de
antemão que serão um mero “repeteco”, um autêntico “déja vue” da actuação da
governação anterior.
E os que fazem mais barulho por não concordarem frontalmente com a austeridade
e com os ditames europeus, não trazem igualmente à ribalta nenhuma ideia e
solução viáveis, atendendo à conjuntura que nos envolve e ao espartilho
económico em que nos metemos.
Para entreter o pobre cidadão, os governantes bem continuam a falar no
lenitivo da reforma da sociedade, mas não mexem uma palha nesse sentido,
limitando-se a cortar as pensões dos indefesos reformados e os vencimentos dos
funcionários, bem como a agravar os impostos.
Pois, quanto ao estabelecimento de um tecto salarial para os políticos e
gestores de empresas públicas, para dar um salutar exemplo a todos que andaram
a gastar demais, isso nicles… Quanto ao corte nas regalias de actuais e antigos
presidentes da república, de políticos, de deputados e de gestores, está quieto
ó melga…Quanto à diminuição do número de deputados, isso não, que incomoda muita
gente…, Quanto ao congelamento das contas e à apreensão dos bens dos figurões de
diferentes cores partidárias que toda a gente sabe deitaram a mão aos bens
alheios e não prestaram contas à colectividade, isso é politicamente incorrecto
na perspectiva dos próprios… E, claro está, uma nova lei que actue sobre o
enriquecimento sem causa, nem pensar…pois iria meter a ferros grande parte da
politicagem…e causaria transtornos e sensaborias a muito boa gente. Lá isso é
verdade mas, pelo menos e sem excepção, brotava em catadupa o comprazimento de
toda a população!!!.
Perante este brilhante panorama, só nos resta pedir o valimento da
Virgem Santíssima, antes de justa e legitimamente deitar a mão a um bom e
profilático marmeleiro purificador....
António Moniz Palme-2013
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