« São 50. Uns vestidos de anjinhos, outros encarnando freiras pouco católicas.
Também há os padres e os bispos, que protegidos por uma legião romana, entoam a
triste notícia: “A gata morreu”.
A tradição é bracarense. Actualmente, tem 124 anos, mas as origens
remontam a um costume do ano de 1531 dos alunos do Colégio S. Paulo, que faziam
um cortejo com uma gata dentro de um caixão. Esta simbolizava o chumbo e era
atirada à água.
O cortejo foi “multado” à porta da Câmara por não respeitar o trajecto
autorizado pelo ex-Governador Civil e, em tom de sátira, o testamento da gata já adivinhava:
Tanta ruas às avessas
Sem lugar para estacionar
E tudo os parcómetros levou
Para o Tone poder facturar.
Entre o cortejo, estão algumas das figuras da sociedade, como Manuel
Beninger, vice-presidente do PPM: “É uma tradição peculiar. Fiz parte da fundação
da Ordem profética e vim com orgulho representar a data histórica da refundação
desta tradição”, explica, mesmo antes de apanhar o comboio no apeadeiro Mazagão,
rumo ao Largo do Paço, onde a Gata fica depositada até ao cortejo académico de
quarta-feira. »
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