No próximo dia 21 de agosto, passam
precisamente 600 anos sobre a data da tomada de Ceuta. A expedição foi
comandada pessoalmente pelo próprio rei D. João I que se fez acompanhar dos
seus filhos, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique.
O cargo de governador da praça de Ceuta foi então atribuído a D. Pedro
de Meneses, neto de D. João Afonso Telo de Meneses que foi o primeiro Conde de
Ourém. Conta-se que, tendo-se apresentado ao soberano com um pau a que chamavam
de “aleo” que era então usado no “jogo da choca”, um jogo bastante popular
semelhante ao hóquei no qual uma pedra fazia as vezes da bola. E, tendo D. João
I lhe perguntado se era suficientemente forte para tomar o cargo de governador
de Ceuta assegurando a sua defesa, lhe terá respondido: “Senhor, este pau
basta-me para defender Ceuta de todos os seus inimigos”.
A título de curiosidade,
a cidade de Vila Real de que D. Pedro de Meneses veio a ser feito Conde,
ostenta no seu brasão a palavra “Aleu”, tendo a mesma origem numa lenda que
descreve uma situação algo semelhante à descrita, também ocorrida com o rei D.
João I.
Em 1640, Ceuta não
aclamou o rei D. João IV, tendo a partir de 1645 ficado sob soberania
espanhola, a qual foi em 1668 reconhecida através do Tratado de Lisboa que colocou
fim à guerra da Restauração. Não obstante, decidiu manter os símbolos
portugueses, concretamente a bandeira gironada de oito peças de negro e prata,
semelhante à da cidade de Lisboa de onde partiu a esquadra que tomou Ceuta e,
ao centro, as armas do Reino de Portugal usadas à época.
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