As autárquicas de Braga causam
preocupações a todos aqueles que não ignoram quem é o candidato da iniquidade
Braga
é a terceira cidade do país. Irrefutável esta classificação.
Antiquíssima
sede de uma vasta diocese hispânica - o arcebispado bracarense - rival da de
Compostela, Braga é (de acordo com o "Guia de Portugal" da
Gulbenkian) uma cidade progressiva, capital de distrito e capital da província
do Minho, situada a 6 quilómetros da margem esquerda do Cávado e próximo do
sopé ocidental da corda montanhosa de Santa Marta - Falperra -, Espinho. Tem um
belo santuário, o parque do Bom Jesus em estilo rocaille, o Santuário de Nossa
Senhora do Sameiro, a Capela de São Frutuoso, do século XII (com estranhos
laivos de sugestão bizantina) e, a 6 quilómetros, o velho Convento de Tibães,
remoto cenóbio beneditino, alterado e ampliado no século xviii.
Além
destes resquícios históricos, Braga avançou com o tempo e é hoje uma cidade
moderna, repleta de juventude, que encontra nas Universidades do Minho e
Católica blocos culturais onde amplia e desenvolve o estudo superior e a
cultura.
Em
pleno século xxi, será possível que Braga e os bracarenses aceitem ser
governados por gente duvidosa, que ambiciona o poder político local a qualquer
preço, como parece estar a acontecer numa antevisão catastrófica de eleições
autárquicas carnavalescas que ameaçam a entidade moral e social de Braga? São
inquietantes certos cartazes de propaganda partidária implantados na cidade,
onde, invocando os melhores motivos, se promovem os piores candidatos e se
esquece que a excelência de Braga exige não oportunistas marcados pela
"ambição do demónio do ouro", como no dizer de Camilo Castelo Branco,
e muito menos a ambição de um poder cego e obstinado, em detrimento de homens
cuja nobreza de carácter e verdade recusam o poder pelo poder, o poder pela
luxúria política e venenosa daqueles que, exibindo sorrisos balofos, escondem
ambições espúrias exibindo máscaras com que pretendem iludir os que ainda
acreditam na mentira dos tiranos de província.
As
autárquicas de Braga, independentemente dos partidos, causam preocupações a
todos aqueles que não ignoram quem é o candidato da iniquidade - não tem
perfil, não tem história, não tem raça, o seu passado é uma nuvem de mistérios
insondáveis, há quem o acuse de ilicitudes, enfim, é considerado por muitos o
candidato da obscuridade?
Pergunto:
Braga merece uma vez mais o risco de vir a ser governada por um qualquer
pitoresco? Braga merece ter um subalterno como líder? Braga e os bracarenses
merecem ser comandados por alguém que os quer delapidar? Braga merece vir a ser
governada por um obeso pára-quedista de ocasião que Mesquita Machado vem
manipulando a seu bel-prazer de há uns bons anos a esta parte e com total
impunidade?
Por
Mário Dias Ramos, Jornalista
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