1.º de
Dezembro - o mais importante feriado nacional
Não há data mais importante para uma Nação do que a
sua independência e para um povo do que a sua liberdade. O 1.º de Dezembro era
o mais antigo feriado civil português e o mais alto dos feriados patrióticos,
tendo atravessado regimes e mudanças políticas e sociais, sendo a forma como
desde há século e meio os portugueses, da esquerda à direita, dos monárquicos
aos republicanos, escolheram celebrar a sua independência e liberdade.
Com a promulgação pelo Presidente da Republica no
passado dia 18 de Junho de 2012, opera-se a supressão do feriado 1º de
Dezembro.
Estamos
a falar, nada mais, nada menos, da data nacional mais importante, do dia em que
celebramos o valor essencial do nosso país, como país soberano independente.
Na generalidade dos países que adquiriram a
independência nacional contra outros, esse feriado é inclusive o principal de
todos os feriados, correspondendo ao respectivo Dia Nacional, como é o caso dos
Estados Unidos da América, com o seu 4 de Julho e como é o caso da larga
maioria dos Estados-membros da União Europeia, bem como também o é de todos os
países da CPLP.
O 1.º de Dezembro era o feriado civil mais antigo:
sobreviveu à I República austera em festividades, ao Estado Novo que só recuperou
os "dias santos" em 1952 e à chegada da democracia, que nunca aboliu
feriados mas acrescentou vários ao calendário.
Menos de uma semana após a revolução
republicana de 1910, um decreto acabou com os feriados religiosos e institui
apenas cinco dias de 'folga nacional': o 1.º de Janeiro (transformado em Dia da
Fraternidade Universal), o 31 de Janeiro (data da revolta republicana no Porto,
em 1891), o 5 de Outubro (Dia da República), o 1.º de Dezembro (Dia da
Independência e da Bandeira) e o 25 de Dezembro (que passou a Dia da Família).
O mesmo decreto permitia aos
municípios escolherem um dia de celebração local, estando aqui a origem dos
feriados municipais. Em 1929, já sob a ditadura que levaria ao Estado Novo, o
feriado municipal de Lisboa passa a nacional, nascendo aqui o 10 de Junho, que
começou por ser o Dia de Camões e Portugal, passou a Dia de Camões, de Portugal
e da Raça em 1944 e é, desde, 1978, o Dia de Portugal, de Camões e das
Comunidades.
Os republicanos só aceitaram uma
celebração civil vinda da monarquia: o 1.º de Dezembro, que celebra a
restauração da Independência em relação a Espanha em 1640.
Este era um feriado nascido na
segunda metade do século XIX, pela mão da então Comissão Nacional 1.º de
Dezembro, mais tarde Sociedade Histórica da Independência Nacional, criada em 1861
como reacção a um movimento iberista.
A Restauração de 1640 continua a ser um marco importante para a nossa
memória histórica.
Nas actuais circunstâncias, em que o país voltou a integrar um grande
projecto político à escala europeia, o 1.º de Dezembro de 1640 é um marco
psicológico e um capital histórico que não deve ser esquecido ou alienado.
Hoje, tal como em 1640, mas devido à irresponsabilidade de alguns
governantes da III República, a política portuguesa depende da vontade de
estrangeiros.
A população tem dado provas de
grande civismo. Por isso, a todos os que se manifestam de forma cívica em favor
de um Portugal mais justo e mais independente, combatendo o dilema cultural
instalado que afirma e aceita que o mau está em Portugal, temos de dizer que
isso não é verdade, pois o que salvará Portugal são os Portugueses.
O Dia 1 de Dezembro constitui a
origem e a matriz dos Feriados Oficiais Portugueses. Se não tivesse existido o
dia 1 de Dezembro de 1640, não haveria 10 de Junho, 25 de Abril ou 1.º de Maio,
pois a agenda dos Feriados Oficiais Portugueses coincidiria com a de Madrid e,
nem muito menos, existiria um campeonato do Mundo de futebol com a presença de Portugal.
Assim, e na
defesa do 1 de Dezembro como feriado nacional, o PPM irá celebrar esta
efeméride com o hastear da bandeira da monarquia constitucional no mastro dos Antigos
Paços do Concelho de Guimarães (Largo da Oliveira), para que da cidade berço da
nossa nacionalidade se eleve a esperança para todo Portugal.
Manuel
Beninger
Presidente
da CPD de Braga do PPM
30.11.2013
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