sábado, 25 de janeiro de 2014

Celebração dos Reis; por Prof. Doutor Pedro Arroja



Pediram-me que interpretasse o sentimento comum de todos aqueles que este fim-de-semana se reuniram em Braga para a celebração dos Reis, um acontecimento que já vem sendo tradição na cidade.
Gostaria de fazê-lo por referência à presença dos Duques de Bragança, Senhor Dom Duarte e Senhora Dona Isabel de Herédia.
Os Reis Magos vieram anunciar a Boa-Nova. E foi também o anúncio de uma Boa-Nova o sentimento que despertou em mim a vossa presença e as celebrações que se realizaram em vosso redor.
A Boa-Nova de que existe um Ser Português, uma Tradição espiritual que nos anuncia que, para além das nossas diferenças individuais, existe em nós muito mais de comum do que aquilo que nos diferencia. E que as vossas duas pessoas representam para nós.
O Ser Português, respectivamente como Homem e Mulher, aquilo que é Ser Português, e o elo de ligação entre o passado já vivido e o futuro que nos aguarda.
Ao contemplar a vossa presença nestas celebrações eu vi o símbolo da família portuguesa e vi Portugal, que é uma família. E vi o Bem que é Portugal e os portugueses.
Tem-se dito, por vezes, que a Tradição é a  História depurada do mal. Neste sentido, a Tradição é o Bem que cada geração consegue juntar àquele que recebeu das gerações anteriores para o transmitir, de forma acumulada, às gerações seguintes.
Por isso, eu vi também nas pessoas dos Duques de Bragança os depositários de todo o Bem que todas as gerações de portugueses, ao longo de quase nove séculos de História, conseguiram acumular.
Foi esse Bem português que se exprimiu aqui em Braga durante estas celebrações, e de diversas maneiras.
Exprimiu-se na generosidade de todos aqueles que trabalharam voluntariamente para organizar e dar realidade a este acontecimento. Exprimiu-se na disponibilidade  de todos para responderem ao chamamento e estarem presentes. Exprimiu-se no sentimento de comunidade e de união que nos sentou à volta da mesmas mesas. Exprimiu-se hoje, aqui   na Sé de Braga, que é a origem e a capital de uma das mais importantes tradições que nos unem – a fé católica.
E exprime-se agora numa renovada esperança para o Novo Ano. Uma esperança que é alimentada pela certeza de que não estamos sós, que cada um de nós faz parte de um Ser ainda maior, que é o Ser português, que este sentimento de comunhão nos torna mais fortes para encarar o futuro como já foi capaz de nos conduzir  às realizações mais extraordinárias no passado.
Assim os Duques de Bragança sejam iluminados por Deus e nos possam guiar no caminho. Estas celebrações de Braga mostraram a nossa disponibilidade, senão mesmo a nossa ânsia, para os seguir e acompanhar em comunhão.
Gostaria, por fim, de desejar a todos os que nos acompanharam nestes dois dias de celebrações em Braga, e mais geralmente a todos os portugueses, um Ano de 2014 cheio de esperança. E uma vida longa à Casa de Bragança.

Obrigado.
P. Arroja (*)
Braga, 19 de Janeiro de 2014

(*) José Pedro de Almeida de Arroja, conhecido por Pedro Arroja é um economista português com larga experiência no mundo académico e empresarial, tanto a nível nacional como internacional. Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (1977), Mestre em Economia pela Universidade de Ottawa, Canadá (1979) é Doutorado em Economia pela Universidade de Carleton, Canadá (1986).
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