Tumulos do Conde D. Henrique
Duque de Bragança participou ontem com a esposa na missa na Sé de Braga
O duque de Bragança considerou ontem que, neste momento, não existe em Portugal o risco de haver uma convulsão social motivada pela degradação das condições de vida de milhares de portugueses em resultado das medidas de austeridade, mas alertou para a necessidade de apoiar as comunidades de imigrantes e outras minoritárias que vivem segregadas.
«Acredito que não vai haver essa situação»,
disse D. Duarte Pio, sustentando a sua convicção com o que tem acontecido em Portugal
quando há «situações difíceis»
«É nestas alturas que os portugueses se
unem mais e se ajudam uns aos outros. E este trabalho de solidariedade e de
caridade tem-se desenvolvido muitíssimo», afirmou.
O descendente da Casa de Bragança lembrou,
contudo, que há grandes comunidades de imigrantes em Lisboa e no Porto que «vivem
muito segregadas, separadas» e «não se integraram», para as quais, disse, tem
que haver um «esforço especial» para que «esses grupos de risco, um pouco
marginalizado, não se sintam afastados» [da sociedade].
O duque de Bragança deu o exemplo de
imigrantes de origem africaca, que «muitas vezes estão um bocado segregados» e exigem
um «cuidado espe cial», e da comunidade cigana que vive em Portugal «há
séculos» e «continua segregada».
«É necessário um trabalho positivo da nossa
parte, de apoio e de ajuda para que consigam ter o seu papel na sociedade»,
defendeu.
D. Duarte referiu que não basta praticar a
solidariedade para com as pessoas que conhecemos e de quem gostamos, é necessário
também ser-se caridoso com aqueles que não conhecemos e precisam de ajuda. «A
caridade é por amor a Deus», disse.
O duque de Bragança falava ao Diário do Minho
à saída da Sé Catedral de Braga, onde participou, acompanhado da esposa, D.
Isabel de Herédia, numa missa, na qual o Arcebispo de Braga apelou à unidade e
à vivência dos valores que identificam a nação que, disse, «são de uma verdadeira
identidade, uma matriz própria».
No arranque da Semana de Oração pela Unidade
dos Cristãos, D. Jorge Ortiga pediu aos fiéis que não se limitem a assistir «àquilo
que os outros vão fazendo ou construíndo», mas testemunhem os valores da Igreja
e proponham com «audácia» e «coragem» aquilo que hoje «faz falta» a Portugal.
«O que faz falta a Portugal é
essencialmente esta realidade de determinados valores que a Igreja foi sublinhando
ao longo de toda a história», disse o prelado na homilia, acrescentando que «só
com a colaboração de todos conseguiremos um Portugal mais justo, mais fraterno,
mais igual e fiel a si próprio e sobretudo digno de uma história que é única no
mundo inteiro».
A Sé de Braga, onde estão sepultados o
conde D. Henrique e D. Teresa, não recebia os duques de Bragança há 17 anos,
desde o batismo do seu filho mais velho, Afonso.
O deão da Catedral, o cónego José Paulo
Abreu, agradeceu a D. Duarte e D. Isabel por terem participado no jantar em
favor das obras do Sameiro, na Colunata do Bom Jesus, e por se terem solidarizado
por esta causa desde o primeiro momento.
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