Há
muito que em Portugal também existe uma divisão entre monárquicos e
republicanos uma vez que os primeiros ainda sonham com o regresso do
regime monárquico. Ricardo Alves, presidente da Associação Cívica
República & Laicidade, não acredita que haja "uma mudança de regime
em Portugal porque a república está bem consolidada". No entanto, o
líder desta associação pretende melhorias, nomeadamente no que diz
respeito "à limitação de mandatos nos órgãos de soberania". Por fim,
Ricardo Alves entende que "o regime devia ser aprofundado". Em relação
ao que se passa no país vizinho, o republicano garante que "o sistema
republicano é o melhor para Espanha e tem "esperança que no futuro haja
mudanças", mas que "elas não vão acontecer este ano, à excepção da
Catalunha, que se se tornar independente vai ser uma república".
Não é o facto de os republicanos afastarem qualquer discussão sobre o
regime instalado em Portugal que vai fazer com que os monárquicos
desistam de lutar. O presidente da Associação Real de Lisboa, Nuno
Pombo, confirma ao i que "é sempre o momento de voltar a
abordar o regime" e entende que "os monárquicos têm de aproveitar as
actuais circunstâncias, uma vez que é necessário fazer uma reflexão das
instituições". O líder dos monárquicos lisboetas não tem dúvidas que há
"uma caducidade das organizações políticas em Portugal". Por esta razão,
Nuno Pombo acredita numa mudança de regime no nosso país porque "vejo
muitas pessoas interessadas em discutir a relevância das instituições
políticas". O monárquico considera que "só com uma instituição real no
poder é que Portugal consegue ter uma voz mais forte na Europa e no
mundo".
As mudanças no poder real em Espanha não passam despercebidas a Nuno
Pombo. O dirigente lisboeta diz que "Juan Carlos não fez bem nem mal,
embora não haja nenhuma razão para duvidar que as decisões do rei tenham
sido precipitadas ou tomadas por causa da conjuntura" e acredita que
"Filipe VI saberá dar resposta positiva àquilo que a população espanhola
espera dele".
Uma questão que causou manifestações nas várias organizações
republicanas e monárquicas foi a abolição dos feriados nacionais nos
dias 5 de Outubro e 1 de Dezembro. Nestas datas festeja-se a implantação
da República e restauração da independência. A historiadora Raquel
Varela é da opinião que "em Portugal não há uma verdadeira questão de
regime entre república e monarquia porque o número de votos que os
monárquicos representam é residual". Na opinião da investigadora da
Universidade Nova de Lisboa "as datas deviam voltar a ser feriados
porque não há nenhuma razão de interesse geral que justifique retirar
feriados numa sociedade como a nossa, imensamente mais produtiva a cada
década que passa". Por fim, Raquel Varela acredita que, tanto o 5 de
Outubro como o 1 de Dezembro voltarão a ser comemoradas pelos seus
simpatizantes, mas também pelo resto da população como um dia de
descanso.
Publicado por Francisco Castelo Branco em 7 Ago 2014
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