Depois de 18 anos à frente da
Câmara do Funchal, ganhou a presidência do partido e pôs fim ao reinado do
líder histórico. Os monárquicos também ficaram felizes
Já não se pode usar mais o lugar-comum “A
Madeira é um jardim”. Agora, quando muito, a Madeira é um roseiral, porque
Miguel Filipe Albuquerque é um adorador de rosas. No Arco de São Jorge,
concelho de Santana, dispõe de uma colecção de 17 mil roseiras e mais de 1700
espécies. As rosas não são a única mania do novo homem-forte da Madeira, que
pôs fim ao jardinismo. Gosta de caça e música e teve mesmo um grupo. É
apanhado, às vezes, a tocar piano em acontecimentos públicos.
Divorciado, pai de cinco filhos, Miguel
Albuquerque faz 54 anos em Maio. Licenciou-se em Direito na Faculdade de
Direito da Universidade de Lisboa e teve escritório de advogado aberto no
Funchal antes de entrar na política a todo o vapor.
É um “contemporâneo” de Pedro Passos Coelho, têm
praticamente a mesma idade. Albuquerque era líder da JSD-Madeira no tempo em
que Passos Coelho chefiava a JSD nacional e é daí que vem a relação
privilegiada entre os dois. Aliás, Miguel Albuquerque apoiou Passos Coelho nas
eleições internas do PSD, contrariando a ordem de Jardim de que os madeirenses
votassem em bloco em Paulo Rangel.
Ontem, depois de conhecidos os resultados na
Madeira, a alegria não vinha só das hostes sociais-democratas. Também os
monárquicos estavam felizes: Miguel Albuquerque é um dos seus. A direcção dos
autarcas monárquicos enviou ontem os parabéns ao vitorioso futuro presidente do
Governo Regional da Madeira, com uma frase elucidativa: “Viva o rei, viva
Portugal.” A acompanhar a saudação, uma fotografia de Miguel Albuquerque com D.
Duarte, candidato a rei se a monarquia voltasse a Portugal.
O cargo político que Miguel Albuquerque ocupou
durante mais tempo foi o de presidente da Câmara do Funchal. Antes, ainda no
tempo em que era delfim de Jardim, tinha sido deputado na Assembleia Legislativa
da Madeira. Na Câmara do Funchal começou como vice-presidente de Virgílio
Pereira, que substituiu quando este bateu com a porta em guerra com Jardim. O
trajecto de Albuquerque na presidência da câmara começa em Setembro de 1994 e
acaba em Outubro de 2013, devido à lei da limitação de mandatos.
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