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Manuel Beninger

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Câmara abrirá cantinas nas férias se houver solicitações

Jornal "Diário do Minho" de 10 de Dezembro, pág. 4


O presidente da Câmara de Braga disse ontem que, se for necessário e a autarquia for solicitada a abrir as cantinas escolares nas férias dará a sua anuência. “Mas não vamos agora abrir por abrir, sem sabermos se há necessidade disso”, afirmou.

Segundo Mesquita Machado, para ser necessário abrir uma cantina escolar durante as férias, é preciso que haja solicitação à Câmara. Esta é a posição da autarquia a propósito da recomendação apresentada pelo PPM e aprovada por unanimidade na última Assembleia Municipal.

“Nós temos um serviço de refeições que fazemos normalmente com os alunos do pré-primário e do 1º ciclo e, quando há necessidade, em determinadas zonas, dos refeitórios nas férias, eles funcionam. Dá-me a impressão de que se está querer causar um alarme social de que nós não temos conhecimento”, realçou. Aliás, sublinhou, as Juntas estão atentas às situações até porque, na maioria das escolas as refeições são fornecidas pela Câmara através destas autarquias locais.

Aliás, para o presidente da Câmara de Braga, a recomendação do PPM é antipedagógica. “O primeiro ponto a recomendar à Câmara é que reforce as refeições ao meio dia aos alunos que, eventualmente, não têm jantar. Isto fez-me lembrar os camelos quando vão para o deserto, que atestam o depósito de água para andar não sei quantos dias. Isto é antipedagógico. As refeições são dadas com base em programas de nutricionistas. Vamos agora obrigar as crianças a comer a dobrar? Só faltava essa”, sustentou.

Para a Coligação “Juntos por Braga”, a recomendação do PPM, aprovada por unanimidade, só faz sentido se tiver seguimento por parte da Câmara. E, para Ricardo Rio, a posição de Mesquita Machado não dá grandes garantias de que a abertura das cantinas escolares durante as férias para ajudar os alunos de famílias mais carenciadas vá acontecer.

Para Ricardo Rio, quando o município refere que, no passado, os refeitórios já abriram no período de férias, isso realmente já aconteceu, mas apenas no ensino pré-escolar. “Pior do que isso, há, desde logo, a parcela esmagadora das escolas que estão na cidade, que nem sequer estão sob a responsabilidade das Juntas em matéria de fornecimento de refeições, porque a grande parte das Juntas da cidade não aceitou esse protocolo com a Câmara. Ou seja, a responsabilidade da possível abertura no período não lectivo é exclusivamente da Câmara Municipal de Braga”, disse.

O líder da Coligação afirmou ainda que gostaria de ouvir da boca de Mesquita Machado a garantia de que a recomendação da Assembleia Municipal vai ser cumprida integralmente, e que, de facto, os alunos do 1º ciclo de Braga vão poder, no período não lectivo, aceder às cantinas escolares para terem aí a sua refeição e conseguirem minorar as dificuldades económicas das suas famílias.