Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

QUEM COMO O REI?

Se dividirmos os Estados democráticos em estáveis e instáveis, de acordo com o critério da continuação ininterrupta de democracia política desde a I Grande guerra, chegaremos à curiosa conclusão de das 12 ou 13 democracias estáveis do mundo 10 são monarquias.
Esta constatação de Seymour Martin Lipset, conhecido cientista político, a nível mundial, é a prova irrefutável da necessidade e urgência da monarquia nos dias de hoje, mais ainda, se pensarmos que 8 destas monarquias representam os países mais desenvolvidos da Europa ocidental.
Esta ideia da democracia associada à monarquia, embora antiga de séculos, é ainda hoje olhada de soslaio por muitas pessoas que consideram existir nesta associação ma contradição profunda. Esquecem-se porém que, exceptuando a ocupação durante a II Guerra Mundial, nunca um regime autoritário vingou nos Países monárquicos europeus, neste século.
O mesmo não podemos dizer relativamente às repúblicas, em que os casos alemão, espanhol, português, grego, italiano, francês, e russo são exemplos por demais evidentes. Vamos ainda mais longe ao afirmar que a origem destes regimes autoritários está precisamente na queda das monarquias nesses países e na consequente instabilidade política, financeira, económica e social que se lhe seguiram.
Tudo isto acontece porque "o desenvolvimento natural da democracia exige a presença de um poder não nascido das contingências políticas. Em república, os partidos e os grupos de pressão tendem a actuar como correntes a um poder absoluto. Em monarquia pelo contrário, a autoridade independente que cabe ao Rei torna possível o confronto leal e aberto entre as mais diversas forças sociais, políticas e ideológicas. O Rei é o princípio libertador, como o disse Francisco Sousa Tavares. Por isto tudo, a monarquia e democracia antes de se hostilizarem, complementam-se. Hoje a Europa ocidental está em paz e não se temem ocupações. No entanto nunca o receio pela perda de soberania e identidade nacional foram tão profundas como agora. O "sonho europeu" é cada vez mais uma realidade. A integração faz-se a um ritmo avassalador e os estados europeus interrogam-se sobre o futuro enquanto nação. Mais uma vez aqui os países monárquicos encontram-se em vantagem. a figura unificadora do Rei é o garante de uma identidade histórica que não se quer perdida.
Quem como o Rei pode assegurar a integridade do seu País apesar das vontades autonómicas e regionalistas, das diferenças étnicas, da diversidade social, política e cultural como acontece com a Bélgica, a Espanha, a Holanda, o Reino Unido e tantas outras monarquias? Ninguém.
O Rei encarna a história e assume-a inteiramente, porque simboliza a unidade do povo no respeito por todas as suas diferenças e para além dos seus conflitos. É pois, em torno da Instituição Real que o povo se une, porque nela se reconhece.
A Monarquia estabelece com a Nação um laço permanente, sempre visível e legítimo, que funciona como pólo aglutinador a que se recorre sempre que necessário. Como disse Ivam Illitch: "na hora do desastre só o enraizamento na história pode dar a confiança necessária para transformar o presente".
Por tudo isto e por ser também, no dizer de Henrique Barrilaro Ruas, "uma afirmação ética, cultural e até estética, um exemplo vivo e próximo" a Monarquia é necessariamente moderna. Urge pois restaurá-la.
Quem com o Rei?.........
Autor: João Morais, Universidade de Coimbra.

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