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Manuel Beninger

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A União Europeia: como a crise de identidade conduziu ao desastre


Em Portugal existe uma figura bizarra, à qual alguém (talvez o próprio de forma escamoteada) resolveu coroar com o título de "Rei do jet-set de Portugal".
Ora, essa figurinha apresenta um grave problema de indefinição, já que ninguém sabe se é homem ou se é ou mulher, se é gay ou se é lésbica, se é rico ou se não tem um tostão furado.
Da Europa unida sobressai uma dúvida existencial semelhante: ninguém sabe o que é esta Europa, muito menos ela própria!
Esta manhã, o presidente da Comissão Europeia (o Zé Manel) era um homem satisfeito e orgulhoso pela atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia.
Este é um sinal inequívoco, pensou ele, que o projecto europeu é um modelo civilizacional de sucesso.
Mas o que é afinal o projecto europeu?
Se atendermos à retórica do Zé Manel e de outros eurocratas (entenda-se gajos "bem na vida"), vamos ficar ainda mais confusos.
De forma a esclarecer os europeus que não sabem bem ainda o que é esta Europa, revelamos aqui a receita que esteve na base da concepção do chamado "projecto europeu".
1. Juntar a Alemanha e a França para que não voltem a andar em guerra.
2. Juntar os países prósperos à volta (Benelux e Escandinávia) para não haver necessidade de os invadir depois.
3. Juntar o Reino Unido, senão os americanos vão achar que cheira a esturro e ainda entram por aqui adentro.
4. Juntar os pacóvios do sul e do leste, alimentar-lhes as classes políticas corruptas que posteriormente permitirão a consecução das seguintes alíneas.
a)  Aplicar-lhes a PAC, forçando-os a deixar as terras ao abandono a fim de escoar a produção agrícola da França.
b) Incentivá-los a investir (entenda-se endividar-se) para escoar a produção industrial da Alemanha.
c) Assinar o acordo do comércio livre num único sentido, para facilitar a entrada no mercado dos países emergentes e beneficiar assim as multinacionais geradoras de riqueza (para meia dúzia, claro!). Em simultâneo, destruir a indústria dos pacóvios do sul e do leste, com o argumento de que sai mais barato comprar nas lojas dos chineses.
d) Castigar os pacóvios do sul e do leste por terem permitido a execução das alíneas anteriores, aplicando-lhes austeridade indefinidamente.
Resultados da aplicação da receita: um navio à deriva e a meter água por todos os lados. Cada um a tentar salvar-se como pode, sendo que alguns podem mais que outros!

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