Em Portugal existe uma figura bizarra, à qual alguém (talvez o
próprio de forma escamoteada) resolveu coroar com o título de "Rei
do jet-set de Portugal".
Ora, essa figurinha apresenta um grave problema
de indefinição, já que ninguém sabe se é homem ou se é ou mulher, se
é gay ou se é lésbica, se é rico ou se não tem um tostão furado.
Da Europa unida sobressai uma dúvida existencial
semelhante: ninguém sabe o que é esta Europa, muito menos ela
própria!
Esta manhã, o presidente da Comissão Europeia (o Zé Manel) era um
homem satisfeito e orgulhoso pela atribuição do Prémio Nobel da Paz à
União Europeia.
Este é um sinal inequívoco, pensou ele, que o projecto europeu
é um modelo civilizacional de sucesso.
Mas o que é afinal o projecto europeu?
Se atendermos à retórica do Zé Manel e de outros eurocratas
(entenda-se gajos "bem na vida"), vamos ficar ainda mais
confusos.
De forma a esclarecer os europeus que não sabem bem ainda o que é
esta Europa, revelamos aqui a receita que esteve na base da concepção
do chamado "projecto europeu".
1. Juntar a Alemanha e a França para que não voltem a andar em
guerra.
2. Juntar os países prósperos à volta (Benelux e Escandinávia) para não
haver necessidade de os invadir depois.
3. Juntar o Reino Unido, senão os americanos vão achar que cheira a
esturro e ainda entram por aqui adentro.
4. Juntar os pacóvios do sul e do leste, alimentar-lhes as classes
políticas corruptas que posteriormente permitirão a consecução das
seguintes alíneas.
a) Aplicar-lhes a PAC, forçando-os a deixar as terras
ao abandono a fim de escoar a produção agrícola da França.
b) Incentivá-los a investir (entenda-se endividar-se) para escoar a
produção industrial da Alemanha.
c) Assinar o acordo do comércio livre num único sentido, para
facilitar a entrada no mercado dos países emergentes e
beneficiar assim as multinacionais geradoras de riqueza (para meia
dúzia, claro!). Em simultâneo, destruir a indústria dos pacóvios do sul e
do leste, com o argumento de que sai mais barato comprar nas lojas
dos chineses.
d) Castigar os pacóvios do sul e do leste por terem permitido a
execução das alíneas anteriores, aplicando-lhes
austeridade indefinidamente.
Resultados da aplicação da receita: um navio à deriva e a meter
água por todos os lados. Cada um a tentar salvar-se como pode, sendo que
alguns podem mais que outros!
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